QUARTO DOMINGO DA QUARESMA
19 de março de 2023

“Vivei como filhos da luz, na bondade, na justiça e na verdade.”

Chegamos ao Quarto Domingo da Quaresma, chamado de “Domingo da Alegria”. Há motivo para se alegrar, estamos a caminho da grande festa da Páscoa. No Sábado Santo, a Celebração fará memória da História da Salvação, as Leituras Bíblicas nos colocam em sintonia com a Palavra de Deus dirigida à humanidade. A certeza da Ressurreição reanima a comunidade à pratica da fé em Jesus Cristo vivo e presente na vida de seu povo. 

Na caminhada quaresmal, com a vivência da Campanha da Fraternidade 2023, somos fortalecidas e fortalecidos pelo Senhor que nos convida à solidariedade com quem passa fome: “Dai-lhes vós mesmos de comer”, ordem que recebemos do Mestre Jesus. Que possamos trabalhar, sem desanimar, na transformação social para que a justiça supere a fome e a miséria.

A leitura é do Primeiro Livro de Samuel (1Sm 16, 1b.6-7.10-13a) e traz uma luz para clarear a história do povo que recebe um envio de Deus para uma missão bem definida. A ação de Deus passa por mãos humanas e visa completar a vontade do Criador de tudo que existe no mundo. Quando Deus dá uma ordem Ele sempre dá algumas dicas para cumpri-la bem. O texto diz: “Deus não vê como o homem; o homem olha as aparências, o Senhor vê o coração.” Os critérios de Deus são diferentes dos critérios dos homens. Porque “Deus vê o coração”, o lugar onde pulsa a Vida do próprio Deus. Diz ainda: “Unge-o, porque é este mesmo… Daquele dia em diante, o Espírito do Senhor apoderou-se de Davi”. Ele escolhe as pessoas simples, consagra-as para trabalhar pelo Reino de Deus. Como dizia Santa Maria Eugênia: ”Meu olhar está todo em Jesus Cristo e na extensão de seu Reino”. 

Na Liturgia de hoje, o Salmo [Salmo 22 (23)] confirma a presença de Deus, o Pastor que cuida de seu rebanho; e ainda revela que o Pai jamais abandona seus filhos e filhas, mesmo nos momentos obscuros da vida. Além da promessa da felicidade, Deus garante uma moradia junto a Ele, para sempre.

A leitura da Carta de Paulo à comunidade dos Efésios ( Ef 5,8-14), diz que no passado as trevas tomaram conta das pessoas. Onde o Apóstolo Paulo quer chegar com esta afirmação? Paulo faz uma provocação para que a comunidade possa refletir sobre sua prática cotidiana da fé em Jesus Cristo. Ao mesmo tempo, reanima o grupo para levar uma vida iluminada. A comunidade que se deixa guiar por Jesus, produz frutos de bondade, justiça e verdade. Provavelmente a comunidade passava por momentos difíceis, não percebia o descompasso que ocorria entre seus membros. O Apóstolo Paulo indica como discernir o que é do agrado de Deus. Sair das trevas e ser luz vivendo como filhos e filhas do Pai que nos criou e formou para fazer o bem.

No Evangelho (João, 9, 1-41), Jesus vê a comunidade que anda nas trevas, anda como cega. Mas logo se coloca em ação para que as obras de Deus não fiquem escondidas. Jesus é a revelação da Luz que se opõe às trevas, o Grande Sol que irradia e ilumina o mundo. Para curar a cegueira da comunidade, Jesus toma os elementos da natureza, a terra e a água; isto nos ajuda a entender que são duas coisas importantes para que haja vida. Nenhuma criatura vive sem água e sem terra e uma depende da outra. É a sintonia da criação deixada pelo Criador.

O episódio do cego de nascença cria um certo desconforto entre as pessoas, e surge uma discordância, quase que um julgamento ligado a uma desconfiança. Quem estava com Jesus neste momento parece não dar muita importância para o que estava acontecendo. Alguns queriam descobrir de quem era a culpa. A sabedoria divina ultrapassa os preconceitos e as dúvidas que surgem entre os que não acreditam na ação Salvadora do Mestre. A Lei do Sábado coloca dúvida nas mentes das pessoas e cria divergência na assembleia. Provoca descrença no Homem de Nazaré. Jesus não perde de vista a comunidade de fé. O cego, que foi expulso da sociedade, volta para a comunidade com a missão de anunciar: Aquele que o curou é “Luz do mundo”, Jesus Cristo. As pessoas estão preocupadas; querem descobrir o “curandeiro” que fez o cego ver. Foi um processo de purificação que exigiu participação de mais gente. O cego teve que sair em busca de água para lavar os olhos, Jesus indicou o lugar e o enviou como anunciador do fato ocorrido com ele. Uma vez são, teve a coragem de testemunhar que foi Jesus que o curou. Queriam que o cego acusasse Jesus de pecador, por ter realizado a sua cura em dia de sábado. Ele ficou firme e não vacilou: “Ele abriu meus olhos.” “Só sei que eu era cego e agora vejo.” 

Jesus é o homem da cura. A cura do homem que era cego desde seu nascimento é o sexto sinal de Jesus no Evangelho de São João e se deu no contexto da Festa das Tendas, que ressaltava a festa da água e da luz.

Estamos vivendo a CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2023. Onde estamos nós nesta Campanha? Sabemos que 33 milhões de brasileiros estão com a maior dificuldade para conseguir viver em um pais onde a ganância e a injustiça falam mais alto. É hora de darmos as mãos em defesa das pessoas menos favorecidas do nosso “Planeta Terra”. Apaixonemo-nos por Jesus de Nazaré para descobrir o segredo que alimenta a nossa fé. “Dai-lhes vós mesmo de comer”! (Mt 14,16).

Irmã Maria Teixeira Filho – RA

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