Capítulo Natal 2021

O Emanuel, luz de amor que nos guia

Muito queridas Irmãs e Amigos,

Tivemos que enfrentar muitos novos desafios desde o início da pandemia da covid-19. Apesar dos esforços feitos nos últimos dois anos, para erradicar o coronavírus, ainda estamos tateando, no escuro, com a chegada de novas variantes. Neste contexto, o Natal dá-nos a oportunidade de celebrar a vida que se manifesta no nascimento de Jesus, no desdobramento do amor incondicional de Deus, o Emanuel – Deus conosco. No Natal, é a luz amorosa de Deus que tudo recria, transcendendo o tempo, o espaço e as circunstâncias. Toda a criação, nascida do sopro e da palavra de Deus, renasce em Jesus, encarnação da palavra de Deus e da sua vida. O Natal, portanto, celebra o renascimento de toda a criação, que recebe uma nova vida em Cristo.

 

A palavra de Deus se fez carne em Jesus para dissipar as trevas do pecado e fazer de nós filhos da luz. Muitas profecias foram escritas a respeito da vinda de Jesus Cristo. Por exemplo, Isaías escreveu: “O povo que andava nas trevas viu surgir uma grande luz; sobre os que viviam em terra de trevas profundas, brilhou uma luz.” (Isaías 9,1). O evangelista João viu isso acontecer em Jesus e escreveu: “O Verbo era a verdadeira luz, que vindo ao mundo ilumina todo homem. Ele estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, mas o mundo não o reconheceu.” (João 1: 9-10). O evangelista explica ainda: “Porque Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho único, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas obtenha a vida eterna” (Jo 3,16). Jesus é a verdadeira luz do amor de Deus no mundo; no entanto, nem sempre reconhecemos a presença dessa luz divina. E a cada ano, o Natal nos relembra a luz do amor de Deus que nos guia através da história da humanidade e de toda a criação.

Como reconhecemos a presença da luz de Deus que nos guia na vida diária? As tradições sinóticas nos oferecem uma resposta adequada. Quando nos concentramos no relato da infância de Lucas, percebemos que os pastores, os primeiros discípulos de Jesus, tiveram que percorrer um caminho para ver a luz do mundo: “Quando os anjos os deixaram para o céu, os pastores disseram uns aos outros: ‘Vamos a Belém para ver o que aconteceu, o que o Senhor nos fez saber.’ Eles se apressaram em ir e encontraram Maria e José, com o bebê recém-nascido deitado na manjedoura” (Lucas 2, 15- 16). As palavras de São Francisco de Sales interpretando a primeira noite de Natal são iluminadoras aqui: “O campo dos pastores estava iluminado por uma luz celestial e repleto de música angelical. Enquanto a manjedoura de Belém estava rodeada de trevas, o frio cortante e ecoava com o grito do recém-nascido Jesus, então não foi no campo dos pastores, mas na manjedoura de Belém que Deus foi encontrado. Os pastores deixaram o conforto de seu vasto campo para se aproximar da manjedoura insignificante de uma criança sem-teto. Lá eles experimentaram a presença de Deus. Da mesma forma, os magos ou sábios que vinham do Oriente, guiados pela estrela da luz de Deus, tiveram que partir para um lugar desconhecido para adorar o recém-nascido Jesus (Mateus 2, 1-12).

 

Natal hoje

Este ano, o Natal nos convida a discernir um caminho semelhante em nossas vidas pessoais, familiares e comunitárias. Como os sábios e os pastores, que tiveram que deixar seu conforto e consolo para se aproximar de uma pobre manjedoura e descobrir o Emanuel, também nós devemos abrir mão de “algo” ou mudar radicalmente nossa atitude para vislumbrar a vida divina e encontrar Deus nas experiências agradáveis e menos agradáveis, ou nas situações cómodas e menos cómodas do nosso quotidiano. Estamos recebendo muitos convites para olhar para dentro de nós mesmos a fim de reconhecer as áreas escuras ou as periferias pessoais de nossas vidas, para abrir nossos olhos para ver a luz de Deus que nos guia nas áreas frágeis e nos momentos difíceis de nossa existência. E permitir que sejamos guiados pela luz do amor de Deus. A pandemia nos trouxe a um mundo de incertezas, e os relacionamentos, em nossos países, famílias e comunidades, estão se tornando cada vez mais difíceis. É neste contexto que nos perguntamos: O que significa ser guiados pela luz do amor de Deus? Como podemos nos tornar uma luz de amor que guia os outros? O amor de Deus revelado no Natal nos ensina que nossas vidas não devem ser centradas em nós mesmos, mas em nossos vizinhos/próximos, famílias e comunidades. Esforcemo-nos para desenvolver um coração cheio de calor e paz interior, irradiando a alegria do Natal. Não é impossível.

 

Ao celebrarmos o Natal deste ano, façamos três mudanças de atitude ou trilhemos três caminhos interiores: (1) Um caminho do EU para o OUTRO, quando pensamos em felicidade e paz. Aqui, o foco está nos outros e encontramos alegria em fazer os outros felizes. Trata-se de abandonar os pensamentos mesquinhos como “eles não foram legais comigo, então por que eu deveria ser com eles?” Ou “Eles nunca me deram nada, então por que eu deveria dar alguma coisa a eles?” Na verdade, não é preciso muito para ser bom, mesmo para as pessoas que não são tão boas para conosco, ou para ser respeitoso, mesmo para as pessoas que não são respeitosas em troca. (2) Um caminho do OUTRO para MIM, quando pensamos nas mudanças a serem feitas. Aqui, o foco está em nós mesmos; não tentamos mais mudar os outros, mas mudar a nós mesmos. Se ousarmos mudar nossas atitudes e pensamentos, tudo muda. À medida que nos transformamos, tentemos nos tornar um reflexo do que gostaríamos de receber dos outros. (3) Um caminho de MIM e do OUTRO para OS CAMINHOS DE DEUS. Aqui a ênfase está nos caminhos de Deus, na presença de Deus que guia nossas vidas. O humilde nascimento de Jesus nos mostra que os valores e medidas de Deus são diferentes dos nossos. Deus torna significativos e vivificantes lugares insignificantes e situações desesperadoras. Que a mensagem do Natal deste ano comova nossos corações e nos dê a graça de redobrar nossos esforços para refletir o amor de Deus e seus propósitos sobre nós. Se irradiarmos pensamentos e sentimentos positivos – bondade, compreensão, perdão e gentileza – isso é o que receberemos em troca. Portanto, cabe a cada um de nós fazer de nossas famílias e comunidades lugares de calor humano e de paz duradoura – novas manjedoras de Belém para o nosso tempo. Ao celebrarmos o Natal, que o coração de Jesus comece a bater em nossos corações! Vamos começar uma nova vida em Cristo acolhendo o novo ano!

Desejo a cada um de vocês o calor e a alegria do Natal, bem como o reconforto profundo e a paz duradoura que brotam da consciência de que Deus é a luz do amor que nos guia pela estrada da vida – Emmanuel (Mateus 1, 23; 28, 20).

Toda minha oração por um Natal alegre e um feliz ano 2022!

Sœur Rekha Chennattu, RA
Superiora Geral

23 de dezembro de 2021

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