Capítulo de Natal 2022

EMANUEL

Amor de Deus/ Viagem interior /Lareira

Muito queridas irmãs e queridos amigos

Terminou o tempo do Advento, acabou o período de espera. Chegou o momento de celebrar o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Durante tempo do Natal, as leituras da liturgia convidam-nos a meditar sobre o nascimento do Senhor a partir de diversas perspectivas. Os evangelhos propõem relatos diferentes mas complementares sobre o nascimento de Jesus, sobre a Encarnação e a salvação que Jesus traz ao mundo. Este ano nossas reflexões terão seu fundamento no Evangelho segundo são João.

Natal é o dom da presença amorosa de Deus no meio de nós – o Emanuel. O Evangelho de João revela que a Encarnação não é senão o amor desinteressado de Deus que se faz carne em Jesus Cristo (cf. Jo 1,14). «Deus amou tanto o mundo que lhe deu seu Filho único, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas obtenha a vida eterna.» (Jo 3,16). A festa do Natal lembra-nos, pois, o amor profundo de Deus por cada um de nós, bem como nosso direito e dever de participar de sua vida. O amor de Deus é a fonte de tudo o que existe. É uma faísca divina que está presente em tudo. Os místicos diriam que o amor de Deus está presente em cada respiração, em cada fibra de nosso corpo, em toda a criação.

Infelizmente vivemos numa cultura dominada pelo egoísmo e a avidez. A publicidade alimenta-nos de desejos e necessidades incessantes; somos por vezes controlados e dominados pelas redes sociais; muitas vezes ficamos desorientados, não sabendo em quem ter confiança nem em quem devemos acreditar. E às vezes esquecemos que a vida é sagrada e que o amor é eterno. Num tempo assim, é especialmente importante voltar ao que é essencial e verdadeiro, que não pode ser comprado ou vendido. Este ano, o Natal convida-nos a voltar à fonte de nossa vida, o imenso amor de Deus.

Como o óleo que está contido na semente, o Divino/o Absoluto está escondido em nossos corações. Somos chamados a voltarmo-nos para dentro de nós, para essa morada de Deus em nós. É por um «olhar interior» que entramos em contato com nossa verdadeira identidade que participa da vida divina. Aí é que moldamos e remoldamos, imaginamos e recriamos um «mundo interior» sadio e feliz. É através dessa introspecção que descobrimos conexões mais profundas. A «faísca divina» manifesta-se em nós de diversas maneiras. Fazemos a experiência pessoal de sermos abençoados pela bondade e pela generosidade dos outros. Neste ano, celebremos o Natal reconhecendo em nós essa faísca divina e apreciando a bondade que está em torno de nós.

Ao mesmo tempo estamos mundialmente em confronto com os problemas do ódio e da violência, comecemos essa ‘viagem interior” para entrar em contato com o divino que vem nascer em nossos corações e para encontrar em nós essa alegria interior e essa paz eterna que o mundo não pode dar. O Cristo não veio para ficar no presépio, mas para permanecer em nossos corações, em nossas famílias, em nossas comunidades, em nosso mundo. Este ano, no Natal, aproveitemos a ocasião de cuidar da presença divina e, a partir daí, suscitar uma atmosfera melhor em nossas famílias, em nossas comunidades e em nossos lugares de missão.

No contexto atual, é muito difícil viver como homens e mulheres criados à imagem e semelhança de Deus. Lutamos e perdemos a luta. Perdemos empregos, amigos, membros de nossa família e de nossa comunidade, e corremos o risco de perder a fé e a esperança. Através do noticiário, somos testemunhas de acontecimentos incríveis e ficamos temerosos e inseguros. Há momentos em que tudo parece envolto em trevas. Desejamos a luz. A respeito da vinda de Jesus, o evangelista João anuncia: «A luz verdadeira, que ilumina cada homem, vinha ao mundo» (Jo 1, 9). Jesus veio para nos iluminar, para desenvolver nossas capacidades, para nos curar. Este ano, o Natal convida-nos a acolher a luz de Cristo em nossos corações e a ser fontes de luz e de inspiração uns para com os outros.

Quando a vida parece especialmente sombria, ou quando nos sentimos particularmente incapazes diante dos problemas do mundo, podemos ser fontes de coragem e de esperança. Não resolveremos todos os problemas, mas podemos fazer a diferença graças a numerosos pequenos atos de bondade, de gentileza, oferecidos e recebidos dia a dia. Como disse alguém: «Cristo não é só o sol de verão para os ricos, mas também um aquecedor de inverno para os infelizes ». De fato, podemos nos tornar «aquecedor de inverno» para os outros, em particular para os menos privilegiados. Simples atos de bondade, um coração aberto que escute e mãos cuidando de alguém que precisa, farão do Natal uma realidade para muitas pessoas.

A mensagem de Natal consiste em vencer por dentro a escuridão e o desespero e a devolver às pessoas a esperança e a coragem de dar pequenos passos para frente, bem como grandes saltos. Integremos mais e mais em nossas vidas esses valores e atitudes do Natal e irradiemos a alegria e a paz do Natal quando desejarmos uns aos outros um «feliz Natal»!

Todas minhas orações por um feliz Natal e um novo ano 2023 repleto de bênçãos!

Irmã Rekha Chennattu, RA

Superiora Geral

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