Ouvir Jesus, o Bom Pastor, e deixarmos conduzir por Ele.
No tempo pascal recordamos a dedicação total de Jesus e seu amor por nós, a sua ressurreição e a sua presença contínua nas nossas vidas. Assim como a pedra angular sustenta uma estrutura, Jesus é o alicerce sólido sobre o qual construímos a nossa fé e a nossa vida. Além disso, como o Bom Pastor, ele nos guia com a sua voz amorosa e nos acompanha em cada passo do caminho, lembrando-nos que não estamos sozinhos nas nossas alegrias e desafios. Neste domingo permitimo-nos pensar: Jesus é a pedra angular da nossa vida, o cimento sólido sobre o qual construímos a nossa fé e as nossas ações? Permitimos que Ele seja nosso Bom Pastor?
O trecho da Primeira Leitura (Atos 4, 8-12) narra a pregação dos apóstolos depois da ressurreição de Jesus. Pedro e João são levados perante as autoridades religiosas e civis judaicas depois de terem curado um homem em nome de Jesus. Pedro, cheio do Espírito Santo, responde às autoridades com coragem e clareza, proclamando que a cura foi realizada em nome de Jesus Cristo de Nazaré, que eles crucificaram, mas que Deus ressuscitou dos mortos. Esta passagem destaca o valioso testemunho dos apóstolos, apesar da oposição e do perigo que enfrentaram. Também mostra como a pregação do evangelho se baseia no poder da ressurreição de Jesus e no seu papel único como Salvador. Esta leitura destaca o início do crescimento da igreja primitiva e o seu confronto com as autoridades religiosas judaicas.
Na sua defesa perante as autoridades, Pedro refere-se a Jesus como a Pedra Angular na vida dos que creem, oferecendo-nos uma bela imagem do Ressuscitado. Enfatiza como Jesus, apesar de rejeitado, torna-se o fundamento sólido sobre o qual se constrói a vida cristã. A sua ressurreição mostra que a morte não é o fim, mas que existe uma esperança mais autêntica e duradoura. Essa esperança em Jesus proporciona firmeza, segurança e equilíbrio em meio às experiências da vida. Jesus também nos ensina a integrar todas as dimensões da nossa existência.
O contexto da Segunda Leitura (Primeira Carta de São João 3,1-2) descreve os desafios que as comunidades cristãs enfrentavam nesse momento. Enfrentaram problemas doutrinários, especialmente relacionados com a encarnação do eterno Verbo de Deus em Jesus Cristo. Estes problemas doutrinários tiveram repercussões práticas, como a perda da esperança na glória futura e a diminuição do valor do amor fraternal, que Jesus ensinou como fundamental na Última Ceia. A carta recorda às comunidades cristãs a importância de permanecer fiéis ao ensinamento de Jesus e a tarefa diária de viver o amor fraterno como parte integrante da sua fé.
O texto é uma reflexão sobre a identidade e filiação dos que creem na filiação divina. Destaca o imenso amor do Pai que nos chamou seus filhos, convidando-nos a viver plenamente esta verdade fundamental. Destaca-se a relação de confiança e de amor entre os filhos e o seu Pai celeste, lembrando o ensinamento de Jesus de se dirigir a Deus como “Papai” com total confiança, como alguém que faz parte da mesma família. Acentua-se a ideia de que no Reino de Deus somos filhos, e que essa ideia de família deve nos fazer repensar e transformar nossas relações e a sociedade. A esperança cristã não posterga esta realidade para o futuro, mas antes impulsiona-nos a construir o Reino de Deus aqui e agora, refletindo o amor do Pai em todas as nossas ações. Santa Maria Eugênia vê Cristo como o Libertador universal e seu Reino na terra através de uma sociedade fraterna e justa.
O texto do evangelho (João 10, 11-18) utiliza a imagem do “Bom Pastor”. Propõe uma reflexão sobre a missão de Jesus de conduzir as pessoas às verdes pastagens e às fontes cristalinas onde faz possível a vida em abundância.
O texto fala do contexto do ministério de Jesus na Judéia, pouco antes de sua crucificação. Relata sua relação com os seus seguidores e usa então a metáfora do Bom Pastor e das suas ovelhas.
Jesus apresenta-se como o Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas, isto reflete o seu compromisso com o Reino. Contrasta com outros líderes que buscam seu próprio benefício e não o bem-estar de seus seguidores. Esta entrega voluntária de sua vida é uma demonstração suprema de amor. Ele fala de um relacionamento íntimo com seus discípulos e estabelece com eles uma relação de amizade, revelando-lhes os segredos de Deus. Esta relação filial, baseada na confiança, representa uma novidade no contexto religioso da época.
Jesus não se limita a um grupo específico, mas procura unir todas as pessoas numa só família, superando divisões e fronteiras. A Igreja tem a responsabilidade de ser símbolo de salvação, reconciliação e comunhão no mundo.
Giselle Barzola
Argentina