SOLENIDADE DA SANTISSIMA TRINDADE
04 de junho de 2023

           Trindade: Comunidade que gera vida!

Neste domingo a Igreja celebra a solenidade da Santíssima Trindade. Esta solenidade foi instituída em 1334, pelo Papa João XXII, e esta é uma ocasião para que possamos contemplar o amor de Deus, que não tem limites, por toda a humanidade.

Quando falamos do Deus Trindade reconhecemos que estamos diante de um grande mistério, que só pode ser reconhecido pela fé. O Deus cristão é uno e é sempre o Deus Trindade. A Bíblia nos mostra que Deus sempre age trinitariamente. A Criação, a Redenção, a Ressurreição são obras em que a Trindade age conjuntamente. É uma ação harmoniosa, conjunta, onde não há hierarquia, onde reina o amor desinteressado de um pelo outro. A Trindade é o exemplo de uma comunidade verdadeira, de relações realmente fraternas e sinodais entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Na primeira leitura (Ex 34, 4b-6.8-9) Moisés procura Deus durante a noite. Deus vem ao encontro de Moisés, numa nuvem, que significa que ele está invisível, mas está presente e se manifesta. É o mistério: Ele não se mostra, mas está presente na caminhada do povo. Deus se apresenta a Moisés e este experimenta e reconhece o amor misericordioso, clemente e fiel, de Deus para com o povo. Um Deus sempre disposto a perdoar e renovar a Aliança. Esse reconhecimento se faz através da relação próxima e profunda de Moisés com Deus. Nós podemos contemplar esse amor na humanidade de Jesus, o Filho amado de Deus.

A segunda leitura é o final da 2ª Carta aos Coríntios (2Cor 13, 11-13). Paulo escreve à comunidade de Corinto, uma comunidade de constituição muito diversificada (escravos e pessoas de posses), que sofre com divisões e desentendimentos internos. Paulo recomenda que eles vivam na alegria, na paz e na concórdia que são os sinais do amor de Deus.

Com a benção final à comunidade, Paulo deseja para todos, sem distinção: “A graça do Senhor Jesus, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo”. Esta é a força imprescindível para que a comunidade acabe com as divisões. Esse último versículo está presente no início de nossas celebrações litúrgicas. É um convite para nós cristãos fazermos a experiência do Deus amor e comunhão, como família, comunidade e Igreja. A fé na Trindade nos abre e nos compromete a irmos ao encontro de toda a humanidade e de cada pessoa testemunhando o amor trinitário, em nossas relações e ações.

O texto do Evangelho (Jo 3, 16-18), está inserido na longa conversa de Jesus com Nicodemos. Nicodemos era um judeu, simpatizante de Jesus e, como Moisés, vem procurá-lo à noite para conversar. A noite é a hora dos relacionamentos amorosos e profundos. Jesus também procurava rezar ao Pai durante a noite. O texto nos fala do amor sem medidas de Deus, esse amor que transborda a ponto de entregar seu único filho para salvação do mundo. Jesus, o filho amado, ama imensamente o Pai, aceita sua proposta e se entrega como dom para salvação da humanidade.

Pode parecer estranho que o texto cita o Pai e o Filho, mas não o Espírito Santo. O Espírito Santo se faz presente através do amor do Pai pelo Filho e pelo mundo, do amor do Filho pelo Pai e por seu Projeto, a ponto de comprometer-se e se entregar livremente para a salvação de todos.

Deus vê o mundo com amor, não com julgamentos e condenações. Ele vê o mundo criado por Ele com os olhos do amor, do coração. Este mesmo Deus que esteve com Moisés, manifesta-se na humanidade de Jesus.

Neste dia, somos convidados não a entender, com a razão, mas a contemplar o amor do Pai pelo Filho, do Filho pelo Pai, que faz com que esse amor transborde e gere o Espírito de amor que está presente em cada pessoa, em cada ato de bondade, de ternura e de cuidado com o outro e com o mundo em que habitamos. Contemplando essa relação trinitária, somos convidados a vivenciar e ser sinal desse amor de comunhão, de bondade, de solidariedade e compaixão.

Santa Maria Eugênia entendeu e desejou que vivêssemos esse amor entre nós. Ela falava com as irmãs que as pessoas quando olhassem as irmãs deveriam ver o amor que as unia, um amor de concórdia e de benevolência e assim dizer: “Vejam como elas se amam.” Que ao celebrarmos a Trindade aprendamos dela a acolher, amar e comungar com todos!

 

Irmã Nádia Lúcia Souza Cotta – RA

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