PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO 2021

No primeiro dia da semana, Maria Madalena, foi ás pressas ao túmulo de Jesus. Viu a pedra removida do lugar onde tinham colocado o Corpo do grande amigo. Voltou ao encontro dos discípulos e contou o episódio que acabava de ver com os próprios olhos: “pedra retirada e túmulo vazio”. Aqui aparecem reações diferentes entre as primeiras testemunhas do Ressuscitado: Maria Madalena, provavelmente com outras mulheres, anuncia e chama mais testemunhas. Quem chegou depois, fixa o olhar nos panos que estavam no túmulo. Mas há quem acredita sem ver e dá o salto da fé. A morte foi vencida. Cristo ressuscitou, está vivo entre nós.

A Festa da Páscoa, celebrada hoje é a realização da nova Aliança que Deus fez com os nossos antepassados e agora se torna a realização suprema de sua promessa.

Todas as leituras expressam a exultação da grande novidade: a passagem da morte para a vida. Nós acreditamos e podemos cantar com o salmista: “Este é o dia que o Senhor fez para nós! Alegremo-nos e nele exultemos”! (Sl 117,21). Celebrar a Ressurreição de Jesus é acreditar que nós também ressuscitaremos com Ele. “Aquele que crer em mim viverá”. (Jo,11,26). Os sinais da ressurreição se dão no cotidiano da vida sobre a terra, “lugar de glória para Deus” como dizia Santa Maria Eugênia de Jesus.Com a Ressurreição, Jesus restaura toda a Criação para o bem da humanidade, ergue o caído e faz florir jardins de todas as cores. Aí explode o ALELUIA, O SENHOR RESSUSCITOU VERDADEIRAMENTE! ALELUIA!

Na primeira Leitura (At.10,34.37-43) encontramos o trabalho catequético de Pedro na residência de Cornélio. Pedro abre as portas da comunidade para novas práticas. A boa nova da ressurreição precisa chegar e atender às necessidades dos judeus e dos pagãos. Com Pedro a missão vai chegar até a Palestina. A pregação dos discípulos se expande para a Samaria (At.8-12) e chega aos não judeus.

As primeiras comunidades, protagonistas do cristianismo, assumiram a fé e a transmitiram aos outros. O que sustentava a comunidade era a experiência de fé no Jesus vivo. Essa certeza venceu as barreiras e atravessou os séculos e veio até nós para que avancemos com o mesmo entusiasmo e a certeza das primeiras comunidades cristãs. Como Paulo e Pedro, podemos atualizar o Evangelho no hoje, no aqui e agora, em vista de um novo tempo. Segundo a proposta do Papa Francisco na Evangelit Gaudium: “Quando se assume um objetivo pastoral e um estilo missionário, que chegue realmente a todos sem exceções nem exclusões, o anúncio concentra-se no essencial, no que é mais belo, mais importante, mais atraente e, ao mesmo tempo, mais necessário. A proposta acaba simplificada, sem com isso perder profundidade e verdade, e assim se torna mais convincente e radiosa” (EG.35).

Assim, o Evangelho atravessará as fronteiras para chegar ao coração da humanidade. Quando o Ressuscitado será o Senhor por excelência, de todos os povos e nações. Transbordando essa fé, Santa Maria Eugênia de Jesus nos deu também a missão de trabalhar para a extensão do Reino de Deus.

A segunda Leitura (Cl. 3, 1-4), carta dirigida à comunidade dos Colossenses, fortalece a credibilidade das pessoas na ressurreição de Jesus. Quem faz a experiência do Ressuscitado, está atento às coisas de Deus e se torna nova pessoa. É a mudança vinda de dentro do coração, obra de Deus, que ajuda na transformação de toda humanidade. O encontro, pessoal, comunitário e todo o Universo com o Ressuscitado traz mudanças de valores; e o Cristo se torna o centro de tudo.

No texto do Evangelho de hoje, Maria Madalena vai em busca de Jesus. Segundo alguns estudiosos, ela foi a primeira pessoa a ir chorar no sepulcro. Ela sai bem cedo antes do dia clarear. Estava escuro. Ela vai sem medo, levada pela dor da perda e a esperança de estar com Jesus. Seu olhar tinha uma única direção: encontrar o seu Senhor. Ao ver o túmulo vazio, retorna à comunidade para anunciar o fato. Nesse episódio, se entende que Jesus está livre de qualquer amarra.

A grande verdade é que o Senhor nunca abandona seus seguidores. Onde tudo parecia ter chegado ao fim, na verdade é o início de um novo tempo. Agora se tem a certeza de que Deus está com a humanidade, Ele agiu como havia prometido. A tristeza, o sofrimento, a noite escura e sombria não nos afastam da fé e da esperança. Sentimos que a novidade de Deus desabrocha do chão e da realidade do nosso povo, por mais dura que ela seja. Não é essa pandemia que vai enfraquecer a fé no Ressuscitado. A vida venceu a morte e a morte não tem mais poder sobre a vida. Jesus é fiel, sua promessa não falha. Vai passar o que nos amedronta. O Ressuscitado nos levará a luz, “da cruz a luz”. Que essa pandemia não nos roube a fé, a esperança e a certeza da vitória com o Jesus vitorioso.

 

IRMÃ MARIA TEIXEIRA FILHO RA
BELO HORIZONTE, MG (BRASIL)

Leia Mais

SOLENIDADE DE PENTECOSTES 19 de Maio de 2024

“COMO O PAI ME ENVIOU, ASSIM EU VOS ENVIO” Neste domingo, estamos celebrando a

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR 12 de maio de 2024

A solenidade que celebramos hoje nos revela que Jesus concluiu sua missão e foi

Sexto Domingo da Páscoa 05 de maio de 2024

“Que vos ameis uns aos outros, como EU vos amei” As três leituras deste

QUARTO DOMINGO DE PASCOA 21 DE ABRIL DE 2024

Ouvir Jesus, o Bom Pastor, e deixarmos conduzir por Ele. No tempo pascal recordamos

3º DOMINGO DA PÁSCOA 14 de abril 2024

“DEUS O RESSUSCITOU E NÓS SOMOS TESTEMUNHAS” Celebramos o tempo da Páscoa, a maior

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *