2º DOMINGO DA QUARESMA 25 de fevereiro de 2022

A manifestação de Jesus para a humanidade

Tempo da Quaresma, tempo da Campanha da Fraternidade, escutemos o que nos diz a Sagrada Escritura sobre a manifestação do Pai para a humanidade e sobre o mundo do qual somos partes integrantes na história da Salvação. No Evangelho de hoje, Marcos conta para nós que Jesus revelou-se para os discípulos, no Monte Tabor. Neste período quaresmal é oportuno escutar Deus através dos acontecimentos, para que possamos revelar-nos quem somos diante de Deus. Deixar transparecer toda a nossa experiência interior de humanização. É tempo de revelação e encontro com a Palavra do Mestre Jesus. As leituras de hoje colocam-nos em harmonia com o novo modo de relações entre nós e o mundo criado com toda sua beleza. A história do povo de Deus conta o modo como Deus revelou sua identidade: “Eu sou”! 

A Primeira leitura (Gêneses 22.1-2.9ª.10-13.15-18), chama a atenção para a adesão de Abraão ao que ele entende como pedido de Deus. Sabe-se que havia a prática de sacrifício humano, sobretudo de crianças. Segundo os profetas, Deus nunca pensou em pedir tal sacrifício. Sacrifícios humanos, tanto ontem como hoje, não podem ser tolerados, Deus nos chama para sermos construtores de vida. Algumas citações ajudam na compreensão libertadora de Deus: (Is 57,5; Jr 7,31;19,5; Ez 16,20-21; Jo 10.10).

No Salmo de meditação (Salmo 115) rezamos: “Andarei na presença de Deus, junto a ele na terra dos vivos”. O poeta autor do Salmo, fala de seu modo de ver as coisas, mesmo no sofrimento. Ele deixa transparecer a presença de Deus em sua vida. O salmista canta expressando seus sentimentos profundos. Seu coração fala com Deus.

A Segunda leitura, (Rom, 8,31b-34) diz: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Aqui encontramos a mais perfeita expressão do amor de Deus por nós. O plano de salvação se revela através da pessoa de Jesus, como na transfiguração quando do céu se ouviu a voz do Pai que aponta a pessoa de seu Filho querido: Jesus. 

O evangelho (Marcos 9,2-10), conta que Jesus foi com os discípulos a um lugar distante e montanhoso “e transfigurou-se diante deles”. Eles comtemplaram Jesus, conheceram seu interior. Experimentaram a presença gloriosa de Jesus, seu coração e seus desejos para toda a humanidade. A realidade é a mesma, mas, sentida de modo diferente, na certeza de ver o invisível. A comunidade fez uma experiência da presença de Jesus, testemunhou os acontecimentos, guardou o que viu e sentiu; contou que Jesus é o Filho Amado do Pai. A transfiguração é um episódio glorioso, precisa de um olhar contemplativo para entendê-la. Perceber as coisas com um novo olhar sobre os caminhos por onde passamos. Sermos luz, esperança e presença solidária, para transfigurar a nossa realidade. É necessário ter relações humanas que rompam o círculo da intolerância e da indiferença. Num mundo ferido procuremos o que mais nos humanize. Coragem para deixar-nos transparecer toda a nossa experiência interior, assim seremos luz por onde passamos. Olhar com o coração quebra as barreiras e fortalece a luta.

Na pessoa de Jesus contemplamos a ternura e a bondade do Pai. Daqui para a frente, Jesus é a única revelação de Deus para nós. Ele é a chave para entender a Palavra da Bíblia e a Palavra da Vida. Pela transfiguração, Jesus é tocado pelos olhares contemplativos dos discípulos que foram convidados para um lugar alto, à parte, onde ficaram a sós com o Mestre. “Vivemos uma quantidade de experiências rápidas, amontoadas, sem possibilidade de avaliação (ativismo, rotina, angústias, trabalho sem sentido; mundo fechado, sem horizontes, sem direção…) O cotidiano faz-se rotineiro, convencional e, não raro, carregado de desencanto. Frequentemente vivemos o cotidiano com o anonimato que ele envolve; e isso nos desfigura, desumanizando-nos” (Padre Adroaldo, SJ)

Santa Maria Eugênia deixou-nos um pensamento que ajuda a entender a transfiguração: “Ser o que se é, com o máximo de plenitude possível”! Boa Nova da Salvação passa pela cruz e a Transfiguração. A narração do evangelho deste domingo ajuda no entendimento desse mistério. Agora sabemos que a Cruz de Jesus é a prova de que a vida é mais forte que a morte. O seguimento de Jesus não se obtém pelo conhecimento teórico, mas sim pelo compromisso prático, caminhando com Ele no caminho do serviço aos pobres, desde a Galileia até Jerusalém. Isso significa estar totalmente voltada, voltado, para defesa da vida, partilhando o que temos dentro de nós, sendo presença iluminadora. Onde é melhor estar? Ficar no Tabor ou descer para “ser o que se é”. Deixando transparecer a riqueza que temos dentro de nós.

Podemos concluir dizendo: para seguir o Mestre Jesus precisamos andar por caminhos diversos, sem condenação e discriminação

Irmã Maria Teixeira Filho

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