29 DE AGOSTO DE 2021- DIA DO CATEQUISTA VIVER A LEI DO AMOR

Celebrando o dia da catequista encerramos o Mês Vocacional.  Trabalho assumido, na maioria, por mulheres dedicadas à educação da fé das crianças, adolescentes, jovens e adultos. Parabéns, a você que não guarda para si a experiência de fé e vida, descoberta que fez com Jesus de Nazaré, o morador da casa comum, onde viveu com Maria sua mãe e José o Carpinteiro do povoado.

A liturgia de hoje apresenta os costumes religiosos do tempo de Jesus. Vários já tinham perdido seu sentido e até atrapalhavam a vida da comunidade, amedrontando as pessoas com ameaças e castigos. Viam pecado até onde não havia nada de errado. Coisas sem importância torvam-se problemas sérios para o grupo. Era considerado pecado grave comer sem antes ter lavado as mãos. Vamos adentrando nos textos bíblicos e vamos descobrindo a mensagem para nós neste tempo de pandemia: tempo de cuidados mútuos, cada um cuidando de cada um, a lei do amor.

Primeira Leitura (Deuteronômio, 4,1-2.6-8): o autor lembra ao povo a aliança com um Deus que é fiel e guarda o comprometimento com os Israelitas. A proposta é para favorecer a vida do povo e a conquista da Terra sem “Males” que Deus prometeu. A aliança é considerada ”Pacto de Deus” com a humanidade.

Segunda Leitura (Tiago, 1,17-18.21b-22.27): Tiago, escreve uma Carta para cristãos de origem judaica. Com um estilo de exortação profética, revela um ensinamento sapiencial, voltado para coisas práticas da vida do povo. É uma forma de orientação de como viver a religião.

No Evangelho (Marcos 7,1-8.14-15.21-23) encontramos Jesus discutindo com os escribas sobre o tema da pureza. Com um olhar atento vejamos a atitude de Jesus frente a esta questão. Assunto já abordado pelo evangelista Marcos (Mc 1, 40-45) onde Jesus cura o leproso e expulsa o espírito impuro. Recordemos que Marcos (Mc 5,25-34) relata também a cura de uma mulher considerada impura.

Para nossa reflexão entremos no espírito do tema. O cristão que acredita na pessoa de Jesus está totalmente livre em relação a muitas normas, tanto dentro da igreja como na sociedade. O que realmente vale é a norma do AMOR. A lei antiga dizia para ficar longe de quem era considerado impuro. Já nos anos 70, alguns judeus convertidos ao cristianismo diziam: “Agora que somos cristãos temos que abandonar estes costumes antigos que nos separam dos pagãos convertidos!”  Mas outros continuavam pensando que deveriam observar as leis do impuro e da pureza.

A atitude de Jesus, descrita no evangelho de hoje, ajudava-os a superar a questão do “puro x impuro”. Os escribas aqui são de Jerusalém, da capital! Eles vieram para observar e controlar os passos de Jesus. Eles estão vendo que a convivência com Jesus leva a criar coragem para ir contra as normas que massacram o povo de Deus. São práticas sem fundamento, sem Deus e já não podem ser aceitas. Leis que controlam e discriminam as pessoas são contra a proposta do Reino de Deus. A “Tradição dos Antigos” transmitia as normas que deviam ser observadas pelo povo para conseguir a pureza exigida pela lei. A observância da pureza era um assunto muito sério. Eles achavam que uma pessoa impura não poderia receber a bênção prometida por Deus a Abraão. As normas de pureza eram defendidas como ensinamentos para abrir o caminho até Deus, fonte da paz. Mas, na realidade, em vez de ser uma fonte de paz, elas eram uma prisão, um cativeiro. Para os pobres, era praticamente impossível observá-las. Eram centenas de normas e leis. Por isso, os pobres eram desprezados como gente ignorante e maldita que não conhece a lei (Jo 7,49).

Jesus critica a incoerência dos fariseus (Marcos 7,6-13). E cita Isaías: Este povo me honra só com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Insistindo nas normas de pureza, os fariseus esvaziavam os mandamentos da lei de Deus. No tempo de Jesus, o povo, na sua sabedoria, não concordava com tudo que se ensinava. Esperava que um dia, o Messias viesse indicar outro caminho para alcançar a pureza. Em Jesus se realiza esta esperança (cf. Marcos 7,14-16). Jesus abre um novo caminho para o povo se aproximar de Deus. Jesus inverte as coisas: o impuro não vem de fora para dentro, como ensinavam os doutores da lei, mas sim de dentro para fora. Deste modo, ninguém mais precisa se perguntar se esta ou aquela comida ou bebida é pura ou impura. Jesus coloca o puro e o impuro num outro nível, no nível do comportamento ético. Ele abre um novo caminho para chegar até Deus e assim, realiza o desejo mais profundo do povo.

Tiago na segunda leitura confirma o ensinamento de Jesus no Evangelho: “a religião pura, e sem mancha, é assistir o órfão e as viúvas em suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo”. Com isto ficamos sabendo que a religião cristã não é apenas culto no espaço das igrejas ou capelas, mas sobretudo é saída ao encontro de quem vive excluído e abandonado pelas calçadas e ruas. As coisas de Deus não se resumem em cumprir preceitos. A pessoa de Jesus provoca uma ação concreta que leva ao AMOR MAIOR: compromisso com a pessoa de Jesus nos excluídos das igrejas e da sociedade. “Não amemos com palavras nem com a língua, mas com obras e na verdade” (1 Jo 3, 18).

A Boa Nova anunciada por Jesus tirou o povo da defensiva, do medo e lhe devolveu a vontade de viver, a alegria de ser filho e filha de Deus, sem medo de ser feliz! A fé que temos em Jesus de Nazaré, suscita na cristã e no cristão o desejo de encontrar com a pessoa de Jesus.

Santa Maria Eugênia partilha sua experiência de Deus e nos ajuda a viver o que refletimos na liturgia de hoje: “O espírito de fé, o amor de Jesus Cristo, o desejo de seu Reino, a confiança em Deus Pai-Providente, são os únicos fundamentos da Assunção. Queira Deus jamais deixem eles de ser o alicerce de nossa ação”. (1841)

Irmã Maria Teixeira
Belo Horizonte 

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