No Brasil, setembro é o “Mês da Bíblia.” Este ano é especial porque é o “jubileu de ouro: 1971 – 2021”. Cada ano um livro da Bíblia é escolhido, alternando, um ano é escolhido um do Antigo Testamento e no ano seguinte um do Novo, para ser estudado, aprofundado, rezado. Este ano, o livro escolhido é a “Carta de São Paulo aos Gálatas” e o Lema é: “Pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3, 28)
Naquele tempo, as comunidades cristãs na região da Ásia, da qual hoje faz parte a Turquia viviam uma situação de crise. Os cristãos de origem judaica queriam impor aos de origem pagã a observância da Lei mosaica. Paulo combate com veemência, afirmando que Cristo nos libertou da escravidão da Lei. Acontecia também uma crise moral pela degradação nos costumes. A autoridade de Paulo como apóstolo era questionada. Ele se defende, relatando seu itinerário; passando de judeu-fariseu, perseguidor, a cristão, apóstolo, missionário evangelizador.
Paulo anuncia o Evangelho da libertação pela fé em Jesus Cristo, único Redentor. O regime da Lei foi uma preparação para o regime da Fé, que é a fonte da verdadeira liberdade. Os cristãos devem ser comunidades de irmãos porque filhos de Deus. É missão da Igreja educar os filhos de Deus para a liberdade e a fé, como membros de Cristo a serviço do Reino de Deus.
Santa Maria Eugênia, numa instrução às Irmãs, fala da Fé, do amor à verdade.
“Como conheceríamos Deus, como conheceríamos o que lhe devemos, se Ele não o tivesse dito? Que ligação haveria entre Deus e sua criatura, se Deus jamais lhe tivesse falado? Sim, sem dúvida, Deus deu ao homem faculdades por meio das quais ele pode conhecer algumas das verdades da ordem natural, sobre Deus, sobre si mesmo, sobre seu relacionamento com Deus etc.. Mas com que dificuldade e com que mistura de incerteza e de erro…
Quanto a nós, nada de dúvidas ou de buscas inquietas; Deus nos falou. Falou no começo do mundo, falou aos patriarcas, aos profetas e é o conjunto deste ensinamento, ditado pelo Espírito Santo, que forma o tesouro do Antigo Testamento. Depois, Deus deu ao mundo seu Filho único. Jesus Cristo veio à terra para dar-nos toda a verdade, para ensinar-nos tudo o que necessitamos conhecer e praticar. Enfim, Ele nos deixou sua Igreja, que guarda sua Palavra divina e no-la explica com as luzes do alto. Outros procuram a verdade. Nós a possuímos plena, inteira, descida do céu para nós e pronta para aumentar sua claridade à medida que a estudamos e que mais a amarmos.
O que retribuir a Deus por tão grande benefício? A Fé. Pois bem, a Fé é o primeiro caráter do espírito da Assunção; e se esse caráter é de todos, é preciso que seja nosso de modo especial, pelo grau em que nos deixarmos penetrar por ele. Para ser verdadeira filha da Assunção, é preciso que nossa Fé seja firme, ardente, que anime todos os nossos pensamentos, todas as nossas obras, todas as nossas relações, dentro e fora e que ela se torne a atmosfera de nossas almas… É no coração que se forma a Fé que faz os justos. Procuremos abrasar-nos de amor pela verdade divina” (3/3/1878).
Numa outra Instrução, Santa Maria Eugênia fala sobre o estudo do Santo Evangelho. “… O que importa, antes de tudo, é deixar-se penetrar por uma maneira de julgar, de fazer, de sentir, de querer, que seja conforme a de Nosso Senhor Jesus Cristo e que tenha alguma relação com o que Ele fez, sentiu e quis durante sua vida mortal, ou melhor, ainda, com o que Ele seria, sentiria, quereria, se estivesse em nosso lugar” (4/6/1874).
Ainda em outra Instrução sobre o espírito da Assunção, ela fala novamente do conhecimento e amor a Jesus Cristo. “O amor a Jesus Cristo e a Igreja é seu principal caráter… Deus é um pai cheio de bondade, a Igreja é uma boa mãe, dá coisas excelentes a todos. O Evangelho está em todas as mãos, mas é um pequeno número que tem vontade de fazer o que diz Nosso Senhor… uma pessoa unida a Nosso Senhor, ao menos por momentos, permanece sob sua influência; Ele faz dela o que quer e é então, que ela pode dizer: “Já não sou eu que vivo, é Jesus Cristo que vive em mim”( Gl 2,2)
Irmã Ana Maria Oliveira RA
