Deus é fiel em seu Amor

FESTA DE SANTA MARIA EUGÊNIA DE JESUS

Celebramos hoje, o Quarto Domingo da Quaresma que nos aproxima cada vez mais da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Neste domingo, a cor litúrgica, diferente do roxo usado nos outros domingos da quaresma, é a cor rosa. Este dia é conhecido liturgicamente, como o domingo Laetare ou domingo da alegria, indicando que a festa da Páscoa está bem próxima. Por isso, permaneçamos fiéis, acompanhando Jesus em seu caminho de entrega total da sua vida ao Projeto do Pai. 

A primeira leitura de hoje (2Cr 36,14-16.19-23), inicia dizendo “que todos os chefes dos sacerdotes e o povo multiplicaram suas infidelidades a Deus, profanaram o Templo e zombaram dos profetas enviados”. A leitura mostra que o povo não foi fiel à Aliança com Deus. Diante das faltas cometidas, o povo reconhece a sua incoerência e infidelidade ao Deus libertador, ao Deus da aliança que os livrou e libertou da escravidão. O exílio não é castigo de Deus, mas consequência das escolhas feitas pelo próprio povo com seus chefes.

Quando o ser humano não segue o projeto de Deus, deve assumir as consequências das suas escolhas e ações. Deus é sempre fiel ao seu povo. Ele não o abandona, mas dá a liberdade de escolha ao ser humano que age de acordo com sua consciência. Deus é fiel em seu amor e promete o jubileu para quando o povo se redimir.

A segunda leitura (Efésios 2,4-10), é uma bela demonstração da grandiosidade do amor de Deus com a humanidade. Deus é rico em misericórdia. A misericórdia é amor permanente. O amor de Deus para conosco nunca muda, ele é constante e incondicional. Somos chamados a ter um coração compassivo como o coração de Deus. A leitura diz que pela graça a salvação veio até nós. A salvação é dom de Deus, concedido através da graça, é um ato de amor e misericórdia divina. É um processo contínuo de transformação interior, é uma vida de serviço aos outros, é livrar-nos do mal e do perigo.

O Evangelho deste domingo (João 3,14-21), nos mostra o amor de Deus por seu povo. “Deus amou tanto o mundo que entregou seu Filho único, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna”. É um amor incondicional e sem limites. Mesmo diante da infidelidade do ser humano, Deus não muda o seu amor por nós. 

Para fazer a experiência do amor misericordioso de Deus, somos chamados a cultivar a compaixão no dia a dia, na relação com o próximo, a viver a fraternidade, a justiça e a acolhida. A viver a solidariedade, pois o amor é vida. 

O Evangelho fala do encontro de Jesus com Nicodemos, um fariseu, chefe dos judeus e simpatizante do Filho de Deus. Mas certamente, por medo de ser perseguido, da mesma forma que os cristãos, Nicodemos procura Jesus à noite. Mesmo sendo uma autoridade dos judeus, membro do Sinédrio, Nicodemos sabe que pode ser perseguido como foi o próprio Jesus.

João, o autor do quarto evangelho, aproveita do encontro de Nicodemos com Jesus, para falar que o Filho de Deus seria glorificado e elevado na cruz, sofreria a paixão, morte e ressurreição. A entrega de Jesus à cruz é a expressão máxima do amor de Deus por seu povo. 

Os discípulos e os seguidores de Jesus sofriam e ainda sofrem a perseguição, por parte daqueles que são contra projeto de Deus para o mundo. Por isso, para João, tudo o que se refere ao mundo, especialmente quando o evangelho foi escrito, no final do século I, é contra o projeto de Deus, é contra o Reino. Quer dizer, da mesma forma que Jesus foi perseguido e crucificado, os seus seguidores, também são perseguidos. 

Deus nos conhece e sabe que podemos amar, por isso, não se detém diante de nossa infidelidade e pequenez. Ele nos ama sempre, e nos dá a conhecer a sua graça como dom e caminho para viver na luz. Acolher a graça é a condição para a abrir-nos ao seu amor. 

Viver na luz é acolher o dom da graça que Deus nos concede. Toda pessoa que se abre a viver e cultivar a graça concedida por Deus, está acolhendo o Projeto de Deus, vive e faz a sua vontade. O amor de Deus é sempre o mesmo, e seu o amor por ser graça, é compaixão e misericórdia.

Sinal de resposta ao chamado, vivência e acolhida da graça como dom dado por Deus, celebramos hoje, a festa de Santa Maria Eugênia de Jesus, fundadora das Religiosas da Assunção. 

Maria Eugênia respondeu ao chamado de Deus tendo seu “olhar todo em Jesus Cristo e na extensão de seu Reino”. O Reino é para todos e não para alguns privilegiados. Por isso, Maria Eugênia lutou para a construção de uma sociedade em que toda pessoa pudesse viver com dignidade. E a educação, segundo Maria Eugênia, era o meio pelo qual a sociedade poderia ser transformada. 

Atualmente, a Congregação das Religiosas da Assunção está presente em mais de trinta países, trabalhando na formação e educação de pessoas nas mais diversas realidades sociais, dedicando-se à vivência do amor e da graça, partilhando com os irmãos e irmãs o amor e a misericórdia. 

O amor é o fio condutor que unifica e costura as leituras deste domingo. Como a linha que faz a costura invisível e une os retalhos de tecido formando a peça, o amor de Deus perpassa e une as leituras da liturgia de hoje. É uma bela declaração do amor de Deus para com as suas criaturas. Este mesmo amor, está presente nos apelos que nascem da realidade de exclusão e sofrimento na sociedade de hoje, esperando respostas concretas da parte de todos aqueles e aquelas que seguem Jesus. A vida eterna consiste em se ter comunhão com o Pai e com os irmãos e irmãs.

A Campanha da Fraternidade deste ano nos convida a dar resposta a estes apelos. Aproveitemos este tempo da quaresma e encontre uma comunidade onde você possa participar e contribuir na transformação da sociedade. Construir a fraternidade é viver na luz, é construir a vida eterna.

Irmã Raimunda Barbosa Pereira RA

Leia Mais

SOLENIDADE DE CRISTO REI DO UNIVERSO

24 de novembro de 2024 Chegamos ao final do Tempo Comum. No próximo domingo

FOTOS ANTIGAS

Sentada no sofá, vendo um álbum de fotos antigas, a mãe ia explicando ao

32º Domingo do tempo comum

10 de Novembro 2024 “O que Deus espera de nós” Neste domingo a liturgia

SOLENIDADE TODOS OS SANTOS

DOMINGO 03 DE NOVEMBRO 2024 Deus nos chama à santidade e nossa resposta é

30º DOMINGO DO TEMPO COMUM

“Soltai brados de alegria….O Senhor salvou seu povo.” A liturgia deste domingo é um

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *