Enviados pelo espírito para viver o amor na diversidade que gera unidade
Depois de uma caminhada de cinquenta dias da Páscoa do Senhor celebramos o Dia de Pentecostes na nossa Igreja. É a grande festa da unidade, dentro de uma grande diversidade, que renova e transforma a Igreja e cada pessoa. É o Espírito Santo que ajuda a testemunhar a vida que venceu a morte pelo amor, onde o medo não tem mais lugar.
A primeira leitura (At 2,1-11) é uma grandiosa experiência do Espírito que o autor relata. De origem judaica, esta festa acontecia sempre cinquenta dias após a Páscoa. Inicialmente era uma festa agrícola, que durava sete dias e agradecia a Deus o trigo e a cevada. Com o passar dos anos o enfoque mudou e transformou-se na festa da lei, da criação da Torah.
Pessoas de muitos lugares estavam no mesmo lugar para esta grande manifestação de fé. Descrevendo desta maneira, o autor mostra que tem uma intenção teológica, usando o texto para uma boa catequese. E para isto, lança mão de símbolos e imagens impactantes. É a Igreja nascente de Jesus ressuscitado que, guiada pelo Espírito. dá testemunho do projeto libertador de Deus Pai e Mãe. Passa-nos o grande ensinamento da concretização de um sonho: comunidades capazes de dialogar, de se entenderem e de se comunicarem. A diversidade não é separação, mas é unidade na diferença. O Objetivo maior é o amor concretizado em dons partilhados. Não é algo obrigatório, mas que se renova. O que necessitamos que seja renovado em nossa vida?
A mesma língua é falada e entendida por todos. O “falar outras línguas”, pode ser traduzido em vista de uma superação de grupos fechados, isolamentos, de um olhar ensimesmado. É um amor derramado para todos, sem exclusão de ninguém.
Na segunda leitura (1cor, 13b-7.12-13), é importante relembrar que a comunidade de Corinto, mesmo sendo viva e fervorosa não vivia dias tranqüilos. Havia divisão; falta de amor e fraternidade eram comuns no seu cotidiano. Paulo então os aconselha, dizendo que os dons que recebemos do Espírito Santo é para serem partilhados, principalmente com os pobres. Devem servir para gerar união, unidade na vivência comunitária. Este conselho vale também para nós hoje?
O texto do evangelho (Jo20,19-23), já lido no segundo domingo de Páscoa, nos ensina muito. A comunidade está reunida no cenáculo, com medo dos judeus e era o primeiro dia da semana. As portas estavam fechadas e ainda não tinha acontecido o encontro com Jesus ressuscitado. A comunidade estava com medo e com o coração inquieto e aflito, mas Jesus vem até ela desejando- a paz. É uma paz com gosto de confiança que dá estímulo, vida e alegria. É possível vermos a obra do Espírito agindo na comunidade reunida.
Jesus está “no meio deles”. Por vezes, quem está no meio de nossa vida somos nós mesmos; se Jesus é o centro de minha vida, vou demonstrar isto com os sinais do amor. Jesus mostra-lhes as mãos e o lado, sinais do seu compromisso com a vida e com o amor. Quais são os sinais que demonstram o nosso compromisso com o amor?
Jesus nos envia com o sopro do Espírito. A comunidade com a força do Espírito Santo é enviada para dar testemunho e anunciar Jesus ressuscitado. É necessário renovar a vida através do amor e dando testemunho; escutar o que o Espírito Santo nos diz em meio a tantos ruídos depende de cada um de nós.
Finalizando recordemos as palavras de Santa Maria Eugênia no dia de Pentecostes: “Coloquem-se sob a ação de Deus para escutar o que Ele diz. Deus fala baixinho. Para escutá-lo temos que nos desligar de outros ruídos. Em parte, depende de nós a ação do Espírito em nós. Sei que não podemos nada se o próprio Espírito Santo não tivesse vindo a nós de antemão, para nos fortificar. Veio pela graça e pelos sacramentos. Mas Ele não pode agir em nós se não cooperarmos com sua ação” (16/05/1880).
Que possamos nos abrir mais e mais a este sopro do Espírito e concretizar na vida o “amor de Jesus” que nos fala este canto tão popular: “A nós descei divina luz, em nossas almas acendei, o amor, o amor de Jesus”.
Ir. Maristela Correia Costa- RA – São Paulo-SP
Uma resposta
Senhor q sejamos verdadeiros templos do Espírito Santo irradiando sua Luz Obrigada Ir Maristela por compartilhar esta reflexão ❤️🙏