19º DOMINGO DO TEMPO COMUM 2021

O PÃO DA VIDA NOS COMPROMETE A SERMOS VIDA E PÃO PARA O IRMÃO.

Neste 19º domingo do tempo comum celebramos o dia dos pais, a vocação matrimonial e o início da semana da família.

Uma palavra forte que acompanha a liturgia de hoje é fidelidade. Ser fiel a Aliança que Deus fez com cada um de nós é acolher Jesus, dando a Ele um lugar privilegiado, especial, um lugar único em nosso cotidiano, em nossa vida. Fazendo isto, seremos assim como Ele foi e é, “pão que sacia e permanece”, na vida do irmão, na vida do empobrecido, neste mundo tão sofrido.

 A primeira leitura é do livro dos Reis (I Rs 19, 4-8).Na semana passada ouvimos a história do maná enviado por Deus que alimentou generosamente muitas pessoas. Agora nos deparamos com Elias, cuja missão profética acontece no decorrer do reinado de Acab (873-853 a.C.) e a fidelidade a Yahweh é sua grande defesa. Não se trata hoje de uma multidão; mesmo sendo uma única pessoa, é também alvo da compaixão, do cuidado e do carinho de Deus.

O profeta, nesta passagem, sente-se profundamente abatido, desanimado, a ponto de querer morrer: “Agora basta, Senhor! Tira minha vida”.  Diante desta realidade, Deus vai em seu socorro para que esta vida seja salva. Oferece-lhe pão e água. Revela-se um Deus bondoso, um pai que cuida com amor e zelo de um filho amado e único. Elias, cujo nome significa “quem honra a Deus” perceberá aí um Deus que é pela vida, que alimenta e fortalece para que seja possível dar continuidade ao caminho e missão.

Diante das dificuldades da vida, quando o desânimo toma conta de nosso ser, assim como aconteceu com Elias, Deus continua vindo ao nosso socorro, fortalecendo nossas forças e alimentando-nos. Alimentados e saciados, Ele nos coloca de pé pronto para continuar nossa missão.

O Salmo 33 vem confirmar esta presença constante de Deus quando diz: “este pobre gritou a Deus e foi ouvido”

Na segunda leitura (Ef 4,30-5,2) nos deparamos, mais uma vez, com um trecho da Carta de Paulo aos Efésios, escrita quando ele estava preso.  A Carta é endereçada ás distintas comunidades cristãs da Ásia Menor, talvez escrita no fim de sua vida.  Convida todos a viverem de acordo com a inspiração do Espírito, ou seja, com atitudes visíveis que testemunhe o seguimento de Jesus.

Convida a deixar de lado toda espécie de murmuração, amargura, irritação, cólera, injúria, etc, pois este tipo de atitude impede de fazer acontecer em nós a ação de Deus que vai refletir na vida do irmão, do empobrecido, do sem ter e poder. Atitudes de raiva e irritação não estão presentes somente desta realidade. Quantas vezes também repetimos estas mesmas atitudes no decorrer de um só dia! É necessário e urgente deixar de lado o que nos impede de seguir Jesus Cristo e de imitá-lo.

O Evangelho (Jo 6, 41-51) é continuidade do texto lido na semana passada. É a segunda parte do discurso de Jesus sobe o “pão da vida”. Os judeus ao ouvirem Jesus dizer: “Eu sou o pão que desceu do céu” começam a murmurar tornando o ambiente tenso. Eles sabiam de onde Ele vinha, onde e com quem morava, que seu pai era o vizinho e que era alguém como eles. Pensavam então: como é possível dizer que é o “pão vivo descido do céu? Eles não aceitaram que “O Pão da Vida” fosse o filho de um carpinteiro.

Jesus diz: “Não murmureis entre vós”. Murmuram da mesma maneira que o povo de Israel fez no deserto rumo à terra prometida, da mesma forma que Elias reclama contra Deus (“Basta”). Murmurar significa reclamar, vem de alguma irritação, protestar, não concordar com alguma coisa. Para esta comunidade Joanina quer dizer falta de fé. Não podiam acreditar que este Jesus, Filho de José, alguém tão próximo, fosse reconhecido como o Filho do Deus vivo.

Os judeus não aceitaram Jesus com este histórico, com esta família, com seu jeito de ser. E você, aceita Jesus como Ele é, com a missão que deu a cada um de nós? Você aceita que Ele também te convida a tornar-se pão, com a tarefa de trazer e ser vida para todos? Ou será que diante de situações limites fica apenas nas murmurações, resmungos e reclamações sem ação e plenamente acomodado e omisso?

Nos últimos dias as temperaturas caíram em muitas cidades do Brasil, várias Igrejas católicas (Goiânia, São Paulo…) serviram de abrigo para a população em situação de rua e várias vidas foram salvas da morte. Como um Pai que cuida, nossa Igreja dá o exemplo de como ser de fato “pão da vida”. A vida está sendo sempre ameaçada e necessita ser defendida.

Indo além da partilha do “ter”, a Eucaristia nos convida a ser como Jesus: “pão partilhado para todos”. Para quem quer segui-lo, é comprometimento para a vida inteira, para sempre. Fazer da vida Eucaristia permanente é construir uma nova história alicerçada na gratuidade, no amor, no serviço. É ser fiel à Aliança com Deus.

Santa Maria Eugênia de Jesus fala do que significa comungar este Pão tão precioso dizendo: “Esse pão, que não o é mais, é um fogo divino; eu me prepararei a recebê-lo como uma luz que quer tudo penetrar em mim. (1877). “Na comunhão, Jesus Cristo se dá todo inteiro a nós; é a união mais admirável, mais perfeita que se possa imaginar, a união do seu corpo, seu sangue, sua alma, sua divindade conosco…. “Assim como fundindo duas velas juntas, cada uma toma as propriedades da outra, assim também na comunhão, cada parcela de nossa substância se mistura com a substância de Deus e nos muda, nos transfora, nos deifica…É a finalidade que Deus tem quando vem unir-se a nós pela comunhão. Fazendo-se um com Ele pela substância, o cristão deve também fazer-se um pelos pensamentos, sentimentos, afeições “(1871)

É fundamental fazer com que a eucaristia se transforme em luta e compromisso pela justiça e dignidade de todos. Um antigo canto diz: ”Receber a comunhão com este povo sofrido é fazer a aliança com a causa do oprimido”. Do lado de Deus a Aliança é para sempre e do nosso lado é preciso que também seja no cotidiano da vida. Comida tem para todos, o que falta é a partilha. A causa do oprimido, do empobrecido vai além da comida, é também luta por dignidade, educação, solidariedade, saúde. Enfim, pela vida, pelo Reino de Deus.

Quando o pão é partilhado, quando a fome e sede são saciados, quando não existe mais fome aí então a festa acontece, pois, a vida é celebrada. Nesta festa todos tem o seu lugar, todos são convidados:  O convite está em aberto, você aceita participar desta festa da vida?

No mês de Agosto rezamos pelas vocações na igreja. Rezamos para que os chamados respondam e se ponham à serviço do outro e não de si mesmo. Neste domingo, trazemos especialmente todos os pais. Que possam assim como vimos na primeira leitura, ter a atitudes do cuidado, para com os seus filhos. Foi o carinho, a atenção, o alimento, o pão e a água que Deus deu para o seu filho Elias, que o trouxe de volta à vida. Rezemos pelos pais, pelas famílias, para que cuidem de seus filhos com este mesmo amor. Rezemos pelos filhos, para que amem e cuidem de seus pais.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

IR. MARISTELA CORREIA COSTA RA
ITAPURANGA-GO

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