“Assunção. Este mistério, que é mais do céu que da terra, é mistério de adoração. Deixando a terra e elevando-se ao céu, Nossa Senhora vai prestar a Deus uma honra soberana. Que honra, de fato para Deus, o dia em que Maria, entrando no céu, veio prestar-lhe um culto que é o cume da adoração que uma criatura possa prestar-Lhe!
Em Maria, tudo foi adoração; jamais qualquer direito de Deus foi lesado ou ofendido nela. Sem mancha, na sua conceição, permaneceu sem mancha em toda a sua vida e todos os seus instantes foram homenagens à divina Majestade. Não apenas suas ações eram puras e inocentes, mas eram cheias de toda a santidade e davam glória a Deus por uma intensidade de amor, de adoração, de respeito e de humilde serviço que nunca foi atingida por nenhuma outra criatura. Portanto, se já houve uma adoração em espírito e em verdade, foi Nossa Senhora. E, quando, deixando a terra, ela recebeu o que cumulava sua graça, ou seja a glória, subiu ao céu para aí permanecer eternamente toda adoração e amor”. (Santa Maria Eugênia – 24/02/1878)
UMA MULHER VESTIDA DE SOL…
Depois de mencionada a sua presença no Cenáculo, Maria desaparece completa e definitivamente das páginas do Novo Testamento. Mas há, seguramente, no Apocalipse uma referência indireta a ela no sinal da Mulher e do dragão. Isso, porém, já não pertence diretamente à história. Eis agora a “orante silenciosa”, como foi na primeira infância de Jesus e a sua influência se faz sentir por toda a Igreja nascente. É sempre a Mãe de Jesus que se desvela pelo crescimento da Igreja e a rodeia de carinhos maternais até ao fim dos tempos.
ELEVADA AOS CÉUS
O que é certo é que nos meios cristãos bem depressa aparece logo a festa da “Dormição da Virgem”, comemorando o último sono de Maria – o da sua morte… Na linguagem tradicional da Igreja, Maria foi elevada ao céu em corpo e alma… Em Maria a natureza original não foi manchada pelo pecado nem deformada pelas suas conseqüências; permaneceu totalmente dócil ao Espírito que em seu sopro original lhe dava a vida… Em toda a sua vida, ela foi obediente ao Espírito Santo, em seu espírito, em seu coração e em seu próprio corpo.
O Filho de Deus não só se fez homem Nela, mas fez-se homem por meio dela. Maria participou na Encarnação com todas as funções do seu corpo, todas as capacidades do seu coração e todas as faculdades do seu espírito…A Assunção não é um favor ou uma recompensa concedida por Deus a Mãe de Seu Filho, mas inscreve-se na lógica do mistério de Maria…” (Com Maria em Oração – Jean Lafrance – pag.265ss)
RESSURREIÇÃO E ASSUNÇÃO DE MARIA
“A fé, especialmente, a partir dos séculos V e VI começou a se interessar por esta questão. Depois de séculos, proclamou a ressurreição e a assunção de Maria em corpo e alma ao céu. No dia 1º de novembro de 1950 o Papa Pio XII declarou e definiu como dogma infalível que a “Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste.” (O Rosto Materno de Deus, Leonardo Boff – pag.178)