ALELUIA! A VIDA VENCEU A MORTE!
Neste Domingo da Páscoa, celebramos a Ressurreição do Senhor. É uma grande festa cristã e, para nós católicos, é a maior e a mais importante festa pois traduz o sentido mais profundo de nossa fé. Reunimo-nos como povo de Deus para celebrarmos a Ressurreição de Jesus Cristo, sua vitória sobre a morte e sua passagem transformadora em nossa vida.
Na primeira leitura Pedro, em nome da comunidade, nos mostra que Cristo fez da sua vida um dom total a Deus e aos homens e este caminho deve ser anunciado a todos os homens pelos discípulos de Jesus.
A segunda leitura fala de “uma vida nova ou homem novo” que significa a conversão daqueles que se uniram ao Cristo Ressuscitado. Pelo batismo somos convidados a viver segundo os critérios do Homem Novo.
O Evangelho focaliza o túmulo vazio de Jesus que na verdade não traduz o fim da vida mas, sim, o começo de outra que se descortina para todos aqueles que creem no Cristo Ressuscitado. Os discípulos que testemunharam a vida de Jesus e sua vivência plena do amor e de entrega ao Pai, sabem que apesar do túmulo vazio, a morte se transformou em vida.
A primeira leitura (At 10,34.37-43), está no livro denominado Atos dos Apóstolos que nos fala do início da formação da Igreja e da vida dos primeiros discípulos. Após testemunharem a Ressurreição de Jesus, os discípulos permaneceram por um tempo assustados e escondidos, temerosos do que viria a acontecer. Nesse contexto, Pedro se manifesta e assume a responsabilidade de anunciar Jesus, frisando que ele foi ungido por Deus e guiado pelo Espírito Santo. Acompanharam de perto o caminho de amor percorrido por Jesus e embora Ele tenha feito somente o bem, foi morto e crucificado. Mas Deus ressuscitou Jesus ao terceiro dia em função de sua total obediência ao Pai; aqueles que crerem em Jesus e o seguirem terão a remissão de seus pecados.
Diante do testemunho de Pedro, vemos claramente que a Ressurreição de Jesus é consequência de sua vida ter sido uma total entrega ao Pai e doação aos irmãos; não foi um acontecimento mágico, isolado, mas resultante de palavras e atos em favor da libertação dos fracos e oprimidos e busca de vida plena, com paz e justiça. Jesus foi morto pelos homens, porém ressuscitado por Deus. Só Deus pode transformar a morte em vida; dito de outra forma, aqueles que seguirem Jesus e forem guiados pelo Espírito Santo serão ressuscitados e alcançarão a vida eterna. Podemos pensar também que viver o caminho do Amor nos liberta do egoísmo e do pecado e temos a possibilidade de “ressuscitar a cada dia”, na medida em que vamos superando as falhas e limitações próprias do ser humano. Os próprios discípulos, ao testemunharem os atos de Jesus, foram tocados pela sabedoria e pela postura amorosa e acolhedora de Jesus e tiveram suas vidas radicalmente transformadas.
O Salmo 117 diz: “Não morrerei, mas hei de viver para anunciar as obras do Senhor”. Aqui está a missão dos discípulos que é anunciar a palavra de Jesus ao mundo depois de a terem testemunhado em vida. Certamente temos algo a aprender com isso: colocar em prática nossa missão de discípulos de Jesus.
A segunda leitura ( Col 3, 1-4), é uma carta de Paulo destinada à cidade de Colosso que estava dominada pelo sincretismo religioso, onde falsos profetas pregavam diversas crenças somadas aos ensinamentos de Jesus; assim sendo, a mensagem de Paulo é no sentido de esclarecer aos colossenses que a base da vida cristã é a união ao Cristo Ressuscitado. E o que isso significa? Quer dizer que precisamos abandonar o “homem velho” e revestirmo-nos do “homem novo”, ou seja, deixar para trás nosso egoísmo, orgulho e apego à vida material e irmos assumindo posturas e ações mais fraternas e compassivas, visando sempre o bem comum, a justiça e a paz. Isto implica viver um processo constante de conversão pois a cada dia temos que renovar nosso compromisso Pascal, pois facilmente caímos nas armadilhas do pecado e ficamos reféns de nossas próprias limitações.
No Evangelho de João (Jo 20,1-9), temos o relato de que Jesus tinha sido morto, crucificado e enterrado na sexta-feira. E, no sábado, ainda de madrugada, Maria Madalena dirige-se ao túmulo de Jesus e encontra-o vazio, sem a pedra que servia para fechá-lo. Não sabendo onde estaria Jesus, sai correndo ao encontro de Pedro e do discípulo preferido de Jesus para dar-lhes esta notícia; ambos se dirigem ao local do túmulo e constatam a ausência de Jesus. Segundo o evangelista, o discípulo predileto logo compreendeu o ocorrido e acreditou. Sim, ele acreditou que Jesus tinha ressuscitado!
Maria Madalena e os dois discípulos estavam diante do incompreensível – o sepulcro vazio. Temos aqui a mais forte e importante mensagem do Cristianismo, isto é, Deus transforma a morte em vida, superando-a. Deus mostra ao mundo que mesmo que a humanidade tenha banido Jesus da história, ela não pode suprimir o projeto do Reino de Deus, constituído e alicerçado na força do Amor e desejo de superação das limitações humanas. Em outras palavras, Jesus foi morto por causa de seus atos justos e fraternos e é ressuscitado por Deus para mostrar que fraternidade e justiça geram mais vida e vida em abundância.
Maria Madalena, que sempre acompanhou Jesus, é a primeira pessoa que vai ao sepulcro e anuncia a notícia do túmulo vazio aos discípulos. O evangelista nos mostra que ela tem Jesus em seu coração, por isso vai ao encontro dele, quer estar com ele. Os dois discípulos também se dirigem ao sepulcro sendo que o preferido de Jesus chega primeiro e, diante do túmulo vazio, compreende a situação e, de imediato, crê na Ressurreição de Jesus. Pedro também vai ao encontro de Jesus, está na mesma busca, porém permanece confuso sem conseguir compreender exatamente o significado de tudo isso.
Aqui, cabe a cada um de nós refletir: o que significa crer no Jesus Ressuscitado? Devemos celebrar mais uma vez a Páscoa do Senhor, na certeza de que se tivermos Jesus em nossos corações venceremos todas as “mortes” que enfrentamos no dia a dia, transformando nossas vidas e caminhando para a vida em plenitude!
Sandra Yazaki
São Paulo – Brasil