“O Reino”

A liturgia deste domingo nos leva a olhar para o reino de Deus, usando algumas comparações com o reino vegetal. A primeira leitura nos mostra que o Senhor arranca um ramo de cedro da árvore e faz brotar dele uma outra, ainda mais alta. O Salmo nos lembra de agradecer a Deus. Na segunda leitura, Paulo nos pede para termos mais confiança no Senhor e em seu reino. O Evangelho, por fim, nos traz duas parábolas bem conhecidas, a do semeador e a do grão de mostarda. Usando uma temática agrícola e palpável para nós, conseguimos entender os ensinamentos de Jesus a respeito do Seu reino.
 
Na profecia trazida por Ezequiel (Ez 17, 22-24) na primeira leitura, o povo de Deus é comparado com uma árvore de cedro que cresceu, ficou bonita, mas se encheu de orgulho e soberba. Deus, então, retira um galho desta árvore, o cedro seca e outro vai ser formar a partir do galho retirado. Podemos dizer que esta profecia se concretizou na Sexta-feira Santa, quando o povo de Israel rejeitou Jesus, como o cedro bonito que ficou soberbo. O ramo arrancado do cedro é Maria, destacada do povo hebreu original e de onde brotou uma árvore muito maior e mais bonita.
 
O Salmo 91(92\0, ressalta a ideia de que deveríamos agradecer ao Senhor em todas as situações, afinal, tudo em nossa vida é graça de Deus.
 
Na segunda leitura (2Cor 5,6-10), São Paulo nos lembra que nosso caminho como peregrinos da estrada de Jesus não é fácil, nossa visão não é clara, mas nos agarramos à fé e somos guiados por ela. É a nossa confiança em Deus que sustenta a nossa jornada, mesmo diante das dificuldades do percurso.
 
O Evangelho (Mc 4, 26-34) segue a ideia de confiança em Deus trazida por Paulo na segunda leitura e volta a trazer o reino vegetal para facilitar o nosso entendimento. Jesus, então, conta duas parábolas aos seus discípulos. 
 
A primeira parábola fala do semeador que lança as sementes à terra e aguarda que brotem. Depois de semeado o terreno, não há muito o que o agricultor possa fazer, são cuidados básicos como aguar e evitar animais, mas quem faz, de fato, a semente nascer é a terra, é Deus. 
 
A segunda parábola compara o reino de Deus ao grão de mostarda, uma pequena semente, que se transforma numa grande árvore. O reino pode ser a menor semente, mas graças ao poder transformador de Deus tem potencial para se tornar enorme.
 
A dinâmica do reino de Deus requer a nossa esperança. A confiança de que se a gente semeia, Deus age e faz frutificar o que plantamos, porque a semente divina tem o poder de transformar e frutificar independente das nossas capacidades ou limitações.
 
O reino de Deus é conquista humana, exige nossa perseverança para semear os valores do Evangelho, mas também é dom divino. Deus continua agindo com seu amor e poder transformador nas pequenas sementes que plantamos.
 
Quando entramos no reino de Deus não saímos do nosso mundo. A semente é a palavra que é jogada no terreno da nossa vida. Quem faz a semente dar fruto é a terra, a força da natureza de Deus; da mesma forma, quem constrói o reino é Deus, com as sementes que nós espalhamos, por isso devemos ser reino em todo lugar, na família, no trabalho, com os amigos, não apenas repetindo as palavras decoradas da Bíblia, mas, sim, sendo a Bíblia onde estivermos, vivendo o Evangelho com nossas ações.
 
O reino é um estado de verdade, é buscar ser cada vez mais como Jesus, e qual é a única coisa que Jesus nos pede? Se pudéssemos resumir todos os ensinamentos de Jesus em uma palavra, qual seria? Amor. É só isso que compete a nós, espalhar a semente do amor. E termos confiança que Deus fará todo o resto. Este é o reino de Deus.
 
 
 
Ana Carolina Paiva Angelo
São Paulo – Brasil
 

Leia Mais

Solenidade do Natal do Nosso Senhor Jesus Cristo

25 de Dezembro 2024 “Vamos a Belém” Celebramos o Natal de Nosso Senhor Jesus

4º DOMINGO DO ADVENTO

ENCONTRO DE DUAS MULHERES A liturgia de hoje anuncia para toda a humanidade o

3º DOMINGO DO ADVENTO

15 DE DEZEMBRO DE 2024 ALEGRIA, ALEGRIA Estamos já na metade do Tempo do

SOLENIDADE DE CRISTO REI DO UNIVERSO

24 de novembro de 2024 Chegamos ao final do Tempo Comum. No próximo domingo

32º Domingo do tempo comum

10 de Novembro 2024 “O que Deus espera de nós” Neste domingo a liturgia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *