FÉ: COMPROMISSO COM A VIDA

Neste Domingo, 3 de outubro, a nação brasileira vai ás urnas para exercer o direito de cidadania. A liturgia deste dia nos coloca em consonância com o que estamos vivenciando em nosso país.

A primeira Leitura (Hab 1,2-3;2,2-4) traz um texto do profeta Habacuc, que viveu numa época marcada pela violência e opressão dos Reis de Judá. Os descasos da elite que governava deixava o país num caos social. É um retrato bem próximo do nosso. Estamos como ovelhas sem pastor? Para onde vamos? Vivemos situação de violência, arrogância e soberba dos poderosos pode abalar nossa fé. Encontramos essa situação nas palavras do profeta Habacuc que viveu numa época marcada pela violência, injustiça e opressão dos Reis de Judá. Vejam na integra o texto Bíblico que narra a visão do profeta Habacuc (1,2-3;2,2-4):
“1, 2 Senhor, até quando clamarei, sem me atenderes? Até quando devo gritar a ti: “Violência!”, sem me socorreres? 3 Por que me fazes ver iniquidades, quando tu mesmo vês a maldade? Destruições e prepotência estão à minha frente; reina a discussão, surge a discórdia.
2,2 Respondeu-me o Senhor, dizendo: “Escreve esta visão, estende seus dizeres sobre tábuas, para que possa ser lida com facilidade. 3 A visão refere-se a um prazo definido, mas tende para um desfecho, e não falhará; se demorar, espera, pois ela virá com certeza, e não tardará. 4 Quem não é correto, vai morrer, mas o justo viverá por sua fé”.

Essa era a realidade: o poder corrompido que não pratica a Lei do amor, distorcendo o direito em proveito próprio; a injustiça que causava desigualdades, violência e morte. Diante de tudo disso, Habacuque grita e clama a Deus. “Por que me fazes ver o crime e contemplar a injustiças”? Ele espera uma resposta de Deus. Porém, Deus surpreende o profeta e também a nós. Deus não responde segundo o tempo e a espera humana.

Sua ação vem no momento certo. O importante é o justo manter sua fidelidade e esperança diante de quem não pratica a lei e não teme a Deus. A fé do justo não pode enfraquecer diante das maldades dos maus. “O justo viverá pela fé”.
Mas, como manter a fé em um mundo incrédulo? De governo que só defende o seu bem pessoal? Precisamos pedir com confiança: “Senhor, aumenta-nos a fé!”

No Salmo 94, o salmista clama dizendo:
“Não fecheis o coração; ouvi vosso Deus!
Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos o Rochedo que nos salva!
Ao seu encontro caminhemos com louvores,
e com cantos de alegria o celebremos!
Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor,
e nós somos o seu povo e seu rebanho,
as ovelhas que conduz com sua mão.

É o grito de confiança do povo que mesmo sofrendo não deixa de acreditar que Deus é seu companheiro fiel em todos os momentos da vida. Em todas as Missas que participamos confirmamos que Deus está com a gente: “O Senhor esteja com vosso! Ele está no meio de nós”.

Na Segunda Leitura (2Tm 1,6-8.13-14), o Apóstolo Paulo encorajou Timóteo pedindo para não ter medo de anunciar e dar testemunha da fé em Jesus, como o próprio Paulo o fez em sua trajetória. A melhor missão do cristão é seu testemunho de vida em Deus. Como dizia Dom Helder Câmara: “É graça divina começar bem. Graça maior é persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca”.

O Evangelho (Lc 17, 5-10) nos recorda que todos atravessamos momentos de escuridão na nossa fé, em que nos parece que a vida não tem sentido. A dúvida cria a insegurança e a consequente paralisia no andar. Quando se faz escuro, paramos e sentimo-nos inseguros, medrosos. As crises de fé fazem parte da nossa vida. São normais e ajudam-nos a crescer. Também na vida física passamos já por diversas crises de crescimento. Eram inseparáveis do nosso andar na vida. Só quando nos agarramos à mão de um amigo forte recomeçamos o caminho.

Quando Jesus, em sua vida pública, ia caminhando para Jerusalém, ensinava o segredo necessário para cultivar e guardar a fé. Jesus fala primeiro do poder da fé. Na parábola do grão de mostarda ele diz que nossa fé é ainda muito pequena, incapaz de tirar uma árvore do lugar. Na parábola do empregado que volta do campo, Jesus ensina que a melhor maneira de superar uma crise de fé é aumentar a fé. Viver a vida de fé significa continuar realizando os trabalhos de evangelização com toda confiança, mas com a consciência de ser um servo comum, sem ter feito nada de extraordinário. Nossos trabalhos são importantes. Mas nós, trabalhadores na vinha do Senhor, somos servos passageiros, “Servos inúteis. Fizemos o que devíamos fazer”.

Hoje começa o Mês missionário. E a liturgia nos faz um apelo com questões que nos tocam de perto: Fé e compromisso de vida em uma sociedade marcada pelo sofrimento. Como Habacuc gritou, nós também, filhas e filhos de Deus, não podemos nos calar diante das injustiças, exploração que nosso povo enfrenta cada dia.

A queixa dos tempos passados pode se estender hoje diante da vida sofrida do nosso povo que vive abandonado e marginalizado. São 32 milhões de brasileiros vivendo de forma desumana. Quem crê precisa se engajar para que as coisas sejam transformadas e melhoradas. Fé é compromisso que trazem libertação da fome, da doença e da desigualdade social.

Jesus passou sua vida ensinando a importância da qualidade da fé. Basta que seja como um grão de mostarda, para realizar mudanças fundamentais. A Fé de qualidade é capaz de mudar a realidade.

Sejamos Animadores Bíblicos e Missionários! O que Santa Maria Eugênia, nos diria neste contexto? “Cada um de nós tem uma missão sobre a terra!”

Irmã Maria Teixeira Filho. RA.

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Uma resposta

  1. Maria achei seu texto nota dez. Não é cumprido, é muito claro. realmente estamos vivendo esse momento duro e sofredor. Peçamos a Maria e Santa Maria Eugenia para estar conosco nessa caminhada . Meu carinho e aquele abraço carinhoso em Jesus e Maria.

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