INTRODUÇÃO:

A liturgia deste 8° domingo do tempo comum nos chama a atenção para as virtudes indispensáveis na vida de todos os cristãos; virtudes estas que só conseguiremos alcançar no seguimento dos ensinamentos de Jesus.

A primeira leitura nos ensina que não podemos julgar o outro antes de o conhecermos profundamente; as aparências podem até nos impressionar, mas não passam de superficialidade.

Na segunda leitura o apóstolo Paulo nos lembra que é em Cristo que fomos salvos, sendo assim é missão de todo cristão anunciar a Cristo ressuscitado a toda criatura.

Já no Evangelho, Jesus nos revela que as boas ações só podem sair daquele que consegue cultivar o bem em sua vida, em seu coração. Não cabe ao cristão o julgar, pois, antes de falarmos de nossos irmãos, é preciso tirarmos a trava que se faz presente em nossa visão.

 

Comentário dos textos:

A primeira Leitura é do livro de Eclesiástico (Eclo 27, 5-8) O Eclesiástico, usado pela Igreja primitiva e introduzido no cânone do concilio de Trento, surgiu por volta do Século II a.C. Seu autor era um sábio de Jerusalém que viveu no período da helenização da Palestina.

Sendo Ele mesmo contra este evento, escreve o livro para mostrar a seus leitores os tesouros da sabedoria hebraica, impedindo assim, que valores provenientes de outros povos e culturas destruíssem a cultura de seu povo.

O texto de hoje nos mostra que o verdadeiro sábio é aquele que se mantém fiel à palavra de seu Deus. Através de comparações, com exemplos do cotidiano da vida das pessoas, nos faz entender que só quem tem um coração sincero e puro é que pode deixar o mundo de ilusões e aparências.

A primeira epístola de Paulo (1Cor 15, 54-58) à comunidade de Corinto trás um discurso de amor e reconciliação com a comunidade que mais trabalho deu a Paulo. O texto de hoje é conclusão do capítulo 15 e também vem por fim a ensinamentos sobre a crença na ressurreição. Trabalho difícil em uma comunidade marcada por pessoas advindas das mais diversas tradições religiosas.

Assim Paulo é enfático ao pedir que todos os cristãos permaneçam “firmes e inabaláveis” se empenhando sempre em fazer a vontade de Deus.

O terceiro Evangelho atribuído ao evangelista Lucas, não possui uma tradição segura quanto á sua redação, alguns teólogos o datam do período de 63 a 70 d.C.

Na passagem do capítulo 6 (Lc 6, 39-45), ao discursar para os discípulos escolhidos, Jesus os adverte que “um cego não pode guiar outro cego”, ou seja, é preciso saber o caminho a ser seguido para não levar o povo sob sua responsabilidade, por caminhos tortuosos.

O discípulo precisa aprender com o seu mestre para ser como ele. Jesus volta a atenção de seus discípulos para o julgamento que fazemos de outras pessoas, quando faz a pergunta “Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Este tipo de atitude não tem lugar entre a comunidade dos discípulos de Jesus. Precisamos cultivar a bondade pois, “o homem bom, tira coisas boas do bom tesouro de seu coração”.

Irmãos e irmãs, em tempos de fake News, de tantas falsas notícias que circulam em nossas redes sociais, televisores e grupos de WhatsApp, a liturgia deste domingo nos chama a atenção para o cuidado que devemos ter para com os ensinamentos de Jesus, Ele deve ser o nosso guia no agir; devemos, sempre, procurar alimentar o nosso coração com o amor de Deus, para assim produzir os bons frutos do Reino.

Não podemos ser imprudentes; é preciso beber na fonte da água viva que é Cristo. Somente assim, conseguiremos conduzir aqueles que nos foram confiados, no caminho verdejante, na busca plena da vivencia do amor.

Que o amor nos ensine a caminharmos livres de preconceitos e julgamentos, olhar a pessoa na sua integridade; somente assim, conseguiremos fugir do julgamento que coisifica, retirando a dignidade de filhos e filhas amados(as) por Deus.

Que a nossa fundadora, Santa Maria Eugênia de Jesus, que soube viver na plenitude o amor de Deus pelas pessoas que mais necessitavam, nos ensine a assim também vivermos, tirando de nosso olhar, as traves do julgamento, do preconceito, para assim, podermos olhar com os olhos do amor aqueles que mais necessitam. “Meu olhar está todo em Jesus Cristo e na extensão de seu Reino”. Amém.

Ricardo Sebold Cois – Professor Colégio Assunção
São Paulo Brasil

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