DIA DA BÍBLIA

Finalizando o mês da Bíblia, palavra de Deus vivida na liturgia humana ao longo de vários séculos, que se tornou exemplo para muitos povos. Muitos ainda se perguntam:

Como posso conhecer a vontade de Deus para a minha vida?

E eis a resposta. É na Bíblia que conseguimos encontrar o projeto de amor de Deus pela humanidade, é Nela que descobrirmos a vontade de amor de Deus para com o seu povo escolhido.

Sendo assim, se acreditamos que a Bíblia é a palavra de Deus viva em nosso meio, fiquemos atentos para o que nos diz a liturgia de hoje.

Primeira Leitura (Nm 11, 25-29)

O livro de números, 4º livro do Pentateuco nos narra a vida do povo de Deus no deserto. O capítulo 11 insere-se na narrativa dos textos que contam a marcha do povo escolhido do Sinai até Parã (Moab), última parada antes da entrada na terra prometida.

Para compreendermos o texto de nossa liturgia (a escolha dos 70), faz-se necessário relembrar a caminhada percorrida por este povo no Livro dos Números até o capítulo em questão.

O povo escolhido por Deus e liberto da escravidão do Egito, no primeiro sinal de dificuldade sente saudade da vida que tinha na época da escravidão (Nm 11,4-9); vendo a ingratidão de seu povo, Moisés recorre a Deus pedindo ajuda na condução destas ovelhas (Nm 11, 10-15); em resposta a este apelo, Deus ordena a escolha de 70 anciãos (Nm 11, 16-17).

Na liturgia de hoje, Moisés cumprindo a vontade de Deus, escolhe os 70 anciãos e reparte com eles o seu espírito.Repartir o espírito nos faz perceber que na comunidade dos filhos de Deus não devemos, assim como fez Josué, incomodado com o poder que estava perdendo, querer centralizar o poder. Deus pode agir de diversas formas, transcendendo o nosso desejo de centralização.
Devemos, assim como Moisés, dizer: “quem dera que todo o povo de Javé fosse profeta e recebesse o Espírito de Javé” (Nm 11,29)

Segunda Leitura (Tg 5, 1-6)

A epistola de São Tiago faz parte das cartas chamadas pela Igreja de gerais, isto é, não estão endereçadas a nenhuma Igreja em particular.

Na liturgia de hoje, Tiago se aproxima muito do grito proferido por Amós, quando denuncia a opressão do povo pelos poderosos de seu tempo. Tiago inicia seu texto dizendo: “e vocês ricos, chorem e gemam por causa das desgraças que estão para cair sobre vós” (Tg 5,1) Por quê? Pois, passaram a vida acumulando riquezas e agora é nelas que depositam a sua confiança.

Com esta denúncia, Tiago quer a conversão daqueles que se afastaram dos caminhos de Deus. Voltar-se para a prática do bem e da caridade faz-se necessário, ainda mais quando esta riqueza acumulada é fruto da injustiça, como nos diz o autor no versículo 4: “o dinheiro acumulado é fruto da exploração do salário dos pobres”. A esta injustiça Deus não pode ficar inerte. O clamor dos injustiçados chega aos ouvidos de Deus e este crime não ficará sem punição, nos alerta o Apóstolo.

Evangelho (Mc 9, 38-43. 45. 47-48)

O Evangelho de Marcos primo de Barnabé tem como objetivo a proclamação da boa nova de Jesus Cristo, Filho de Deus, através não da narrativa de suas palavras, mas principalmente, mostrando ao povo, suas ações.

A tentação aqui, novamente é a tentativa de monopolizar os dons de Deus, como fez João no versículo 38, proibindo aquele que agia em nome de Jesus. A resposta de Jesus é clara: aquele que faz o bem, que promove a vida em meu nome, está em comunhão comigo. Mesmo que pertença a outro grupo.

Jesus não impede ninguém de fazer o certo, de falar em seu nome! Precisamos deixar de lado a pequenez que nos cerca; como nos diz Jesus: O mal também pode vir do interior da própria comunidade chamada a ser santa. Quanto a isto, somos advertidos pelo próprio Senhor: “tome cuidado para não escandalizar um desses pequenos…” (v.42). Os pequenos estão no coração de Deus, não posso ser um obstáculo na vida destes que já sofrem tanto.

Por isso o alerta radical de Jesus contra a maldade, feito a partir da metáfora das mãos, dos pés e dos olhos. Se algo em mim, me leva a escandalizar um destes pequeninos, eu preciso cortar, preciso arrancar o pecado em mim, tornar-me um discípulo empenhado em pregar o projeto do Reino de Deus, mostrar que o Reino pregado por Cristo, só será realidade na pratica do cuidado com a vida.

Atualização:

Caríssimos!
A liturgia de hoje nos ensina que, apesar de fazermos parte do povo escolhido por Deus e caminharmos dentro da Igreja, não somos controladores de sua ação. O Espírito de Deus é livre, sopra e age onde Ele quer. Como na primeira leitura, aqueles que não estavam na reunião com Moisés, também profetizaram, e com maior força do que aqueles que lá estavam.

Jesus, no Evangelho, continua a nos dizer que aqueles que fazem o bem, não podem estar contra Ele. Independentemente de onde estão. Precisamos nos abrir para construirmos o bem, transformarmos as ações de morte em vida, e isto não deve ser exclusividade de nossa Igreja.

Cuidemo-nos, para não sermos a pedra de tropeço na vida de nossos irmãos. Não é pelo fato de sermos cristãos católicos, que estamos livres de sermos tomados por atitudes que podem escandalizar nossas comunidades.

Devemos como nos diz Tiago, denunciar a injustiça. Não podemos deixar com que os pequeninos de Deus, continuem a ser injustiçados; nossa luta para a construção do Reino deve ser a luta pelo estabelecimento da justiça.

Como podemos viver em paz num mundo onde tão poucos tem tanto e muitos não têm o que comer?

Que a vida e a mensagem de nossa fundadora, Santa Maria Eugênia de Jesus, nos ensinem a sempre realizarmos em nossas ações a vontade de Deus. Como ela mesma nos diz: “É uma loucura não ser o que se é, com o máximo de plenitude possível”. E não tem como ser pleno se não na realização da vontade de Deus.

Profesor Ricardo Sebold Cois
São Paulo-Brasil

Leia Mais

SOLENIDADE DE CRISTO REI DO UNIVERSO

24 de novembro de 2024 Chegamos ao final do Tempo Comum. No próximo domingo

32º Domingo do tempo comum

10 de Novembro 2024 “O que Deus espera de nós” Neste domingo a liturgia

SOLENIDADE TODOS OS SANTOS

DOMINGO 03 DE NOVEMBRO 2024 Deus nos chama à santidade e nossa resposta é

30º DOMINGO DO TEMPO COMUM

“Soltai brados de alegria….O Senhor salvou seu povo.” A liturgia deste domingo é um

28º Domingo do Tempo Comum

ESPLENDOR QUE NÃO SE APAGA Estamos já quase no final do ano litúrgico. Sim,

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *