02 DE FEVEREIRO DE 2025
“LUZ PARA ILUMINAR AS NAÇÕES”
Apresentação de Jesus no Templo celebra-se após 40 dias depois da festa da Epifania, é significativa. Ela anuncia a vinda do Senhor Jesus para purificar o povo escolhido. Jesus foi introduzido no Templo de maneira simples e discreta. Quem o reconheceu e o acolheu como Enviado de Deus são dois anciãos de fé simples e de corações abertos; obedientes e dóceis ao Espírito Santo de Deus, pertencem ao «Grupo dos Pobres do Senhor». São pessoas de fé que aguardavam a vinda do Messias. Esperam de Deus a “consolação” e a “libertação” que as gerações buscavam cada dia da vida, a “luz “ que brilha nas trevas do mundo. O ancião chama-se Simeão («o Senhor ouviu»), a anciã chama-se Ana («oferenda»). O Messias enviado por Deus, semelhante a nós, exceto no pecado, como humano experimentou nossas dores e nos legou sua compaixão e misericórdia. As leituras dão ênfase ao Templo como lugar de encontro com o Senhor e o culto como momento de comunicação entre Deus e seu povo.
A primeira leitura (Malaquias 3,1-4) traz o tema da conversão, da purificação. Tudo vai acontecendo por meio de transformação. “É como o fogo da forja e a barrela dos lavadeiros”. Só após a mudança de vida poderão fazerem a oferenda justa ao Senhor, assim ela será aceita. Temos aqui a profecia de Malaquias que volta ao período do pós-exílio, com a reconstrução do Templo de Jerusalém e o restabelecimento do culto. A forma como celebravam não agradava a Deus, faltava obras de justiça. O profeta denuncia essa situação e anuncia uma intervenção de Deus, caracterizada pela visita do Senhor que vem para purificar seu povo. O Messias vem com a missão de reatar a comunicação entre Deus e seu povo através do processo de purificação; as imagens do fogo do fundidor e da barrela dos lavadeiros confirmam essa missão. O sentido do fogo, nesta leitura, tem a função purificadora e não destruidora. Essa purificação significa a eliminação das injustiças e retomada de uma conduta ética verdadeira.
O Salmo de meditação, convida a comunidade para fazer um movimento a partir da fé. A fé ajuda a descobrir quem é o verdadeiro Rei da glória, que chega para o povo nos dias de hoje.
A segunda leitura (Hebreus 2, 14-18) fala também da vinda do Senhor. Mostra a atitude de Jesus que assume a condição humana para destruir a morte e tudo que tem o poder de matar. Deste modo Jesus liberta quem estava sujeito a escravidão. Fazendo-se semelhante em tudo ao ser humano, por misericórdia e compaixão.
Jesus é digno de confiança nas ações que se referem a Deus, para expiar o mal do povo. A bondade de Deus para com a humanidade permanece até os confins dos tempos. A comunhão entre Deus e a humanidade foi reatada por Jesus que assumiu totalmente “a carne e o sangue” (V14), expressão que quer dizer a condição humana em sua totalidade, com as fragilidades e limitações. Ele não veio ao mundo para defender anjos e sim a humanidade pecadora, e salvá-la com sua morte na cruz. Graças a Jesus, o ser humano e a criação foram redimidas e reconciliadas para sempre com o Pai.
Agora o que estamos fazendo para vivermos em estado de graças e reconciliados? É hora de repensar nossa prática e adesão ao chamado de Deus. Que cuidados temos com a criação que nos foi dada (cf. os escritos no Livro do Gêneses)? Como me relaciono com a terra, a água, a criação em sua totalidade?
O evangelho (Lucas 2,22-40) conta a história dos pais de Jesus que cumpre a lei, apresentando o Menino ao templo levando também a oferenda de costume, exigida por leis. Entrando no Templo Jesus na forma frágil de uma criança. Se oculta em nossa realidade humana, É uma das cenas muito significativas do “evangelho que fala da infância” de Jesus. Este episódio é uma revelação da sua identidade messiânica, como enviado de Deus para salvar e iluminar o mundo.
Simeão, homem justo e cheio de esperança, aguardava este momento com o coração voltado para Deus. O Espírito Santo estava com ele. Impulsionado pela graça do momento deixou sua casa e foi ao templo. Encontrando Maria, José e o Menino foi tocado em seu íntimo. Tomou a criança em suas mãos e anunciou a chegada do Salvador do mundo, a esperança das nações. Simeão confirma a realização da promessa de Deus, aliança com o povo. Seus olhos viram a Luz que ilumina as trevas. Simeão deixa uma alerta para a Mãe de Jesus dizendo: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição”. No templo está também uma profetiza chama Ana que se pôs a louvar e agradecer a Deus pela presença do Menino. Ela testemunhou estes acontecimentos. Ana e Simeão foram capazes de perceber os sinais de Deus e testemunhar a presença de Deus.
Maria e José voltaram para a Galileia, lugar dos pobres de Nazaré. O Menino ia crescendo em idade e sabedoria diante de Deus. Ana e Simeão são imagens do resto de Israel que permaneceu fiel às promessas de Deus, onde se destacam, principalmente os pobres. Os dois são justos, tementes e piedosos.
Lucas quer destacar a importância da mulher e de todos os excluídos na nova história que se inaugura com a chegada de Jesus ao mundo. Ana representa o povo de Israel que soube esperar o Salvador que vem como uma criança. Gratidão é o sentimento que brota do coração de quem reconhece o quanto Deus é BOM.
Irmã Maria Teixeira Filho